A “Caritas Internacionalis” considera que “para enfrentar os cataclismos ligados às mudanças climáticas, o mundo precisa de ações fortes, globais e ambiciosas”.
A organização católica aponta as “dramáticas inundações”, que desde o final de julho atingem o Bangladesh, para defender que “chegou a hora de agir” e que todos os países devem “aumentar a ambição climática, construindo resiliência e diminuindo as emissões de gases de efeito estufa”.
Segundo a Cáritas, as inundações no Bangladesh, as mais graves dos últimos dez anos, atingiram sobretudo cerca de 400 aldeias em Cox's Bazar, onde vivem mais de 800 mil refugiados Rohingya.
“Pelo menos 12 mil pessoas foram atingidas e cerca de 2.500 abrigos foram destruídos. As casas foram danificadas, os terrenos agrícolas e as fontes devastadas e cerca de 300 mil pessoas não têm comida e água potável”, refere o organismo da Igreja.
A chuva parece não dar tréguas e, por isso, a Cáritas alerta para a dificuldade de acessos a muitas zonas, o que torna quase impossível fazer a distribuição de ajudas. A tudo isto, acrescenta-se o risco de deslizamentos, tendo em conta que muitas casas estão construídas em colinas e em solos arenosos.
“Uma catástrofe deste tipo, durante o período das chuvas, precisa, com urgência, de um planeamento a longo prazo”, defende a “Caritas Internacionalis”, lembrando que durante quatro anos, a crise dos refugiados de Rohingya foi esquecida.
“O Governo do Bangladesh tem tentado encontrar uma solução, mas para uma solução a longo prazo é urgente e necessária ajuda política e económica estrangeira”, afirma.
Por fim, o organismo da Igreja Católica alerta que, além das inundações, o Bangladesh conta atualmente com 1,34 milhões de infetados pela Covid-19 e mais de 22 mil vítimas, situação agravada pela variante Delta, presente sobretudo na Ásia.
A Cáritas está a disponibilizar ajuda de emergência às famílias que perderam os seus abrigos, devido à forte chuva e aos deslizamentos de terra, disponibilizando os centros comunitários às pessoas com necessidades especiais, grávidas, idosos e crianças. Além disso, está também a fornecer apoio psicossocial, materiais de proteção e artigos de higiene.