O líder parlamentar do BE acusou esta quinta-feira o Presidente da República de tentar salvar as vidas políticas de Passos Coelho e Paulo Portas ao indigitar o primeiro para voltar a formar Governo, devido à sua "costela de direita".
"O país precisava de um Presidente responsável que não fizesse o país perder tempo e não se comportasse como se estivesse dependente da sua costela de direita, particularmente de apoio a PSD/CDS", afirmou Pedro Filipe Soares, no parlamento.
Segundo o deputado bloquista, "PSD e CDS perderam a maioria, perderam a legitimidade para continuarem a governar e só o Presidente é que os quer salvar, nesta situação".
Pedro Filipe Soares diz mesmo que Cavaco comportou-se como um "comentador de direita".
"Da nossa parte, rejeitaremos este Governo e ele, no que de nós depender, não terá viabilidade em termos de programa", reafirmou, referindo-se à moção de rejeição já prometida na noite eleitoral, embora reconhecendo que a decisão de Cavaco Silva tem "legitimidade formal e constitucional, mas "ignora completamente as audições junto dos partidos políticos",
Pedro Filipe Soares recusou revelar o curso das negociações com PS, PCP e PEV, com vista a uma alternativa de Governo, e se um eventual entendimento passa por um acordo de incidência parlamentar porque as conversações "fazem-se à mesa".
Cavaco Silva considerou que, apesar do Governo PSD/CDS-PP poder não assegurar inteiramente a estabilidade política necessária, "a alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas" teria consequências financeiras, económicas e sociais "muito mais graves".