O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirma que Portugal está disponível para ajudar Timor, “até onde for necessário e possível incrementar a cooperação portuguesa”.
Em declarações à Renascença, Augusto Santos Silva adianta que "não há registo de danos pessoais” no seio da comunidade portuguesa”, o mesmo não acontecendo em relação aos danos materiais que ainda estão a ser identificados.
Segundo os últimos dados do Governo timorense, as cheias que assolaram Timor-Leste no passado fim de semana causaram pelo menos 27 mortos em todo o país e mais de sete mil desalojados em Díli.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português recorda que já ontem ofereceu a solidariedade e o apoio de Portugal a Timor-Leste, referindo que vai ser necessária uma “resposta de emergência e, provavelmente, vai ser necessário também redirecionar alguns dos projetos de cooperação que estão em curso”.
“Ontem falei com o nosso embaixador em Díli, e também com a senhora ministra dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, manifestando a solidariedade portuguesa e também o nosso apoio. Ficámos de identificar as carências mais urgentes, nestes dias”, diz à Renascença.
Responsáveis do Governo timorense e das várias estruturas de emergência estiveram reunidos de urgência no Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), para analisar os danos causados pelas cheias, que arrastaram casas, destruíram estradas e várias outras estruturas.
Entre as prioridades definidas nessa reunião alargada, liderada pelo CIGC, está o apoio à evacuação das zonas mais afetadas e ao realojamento de centenas de famílias afetadas pelas inundações em vários pontos da cidade.
Quanto à resposta de emergência a disponibilizar por Portugal, Augusto Santos Silva refere que é preciso apurar o que é “necessário”, “do ponto de vista da reconstrução”.
“Há muitas infraestruturas que estão severamente destruídas e que sofreram muito com estas inundações. Infelizmente, há muitas mortes a lamentar”, afirmou o ministro, adiantando que já solicitou ao Instituto Camões, que trata da cooperação portuguesa, uma primeira reunião para esta segunda-feira.
“Nos próximos dias veremos que tipo de necessidades é que Timor nos transmite e que tipo de respostas podemos pôr no terreno”, conclui o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Nos últimos dias, os serviços meteorológicos tinham alertado para o risco de chuva forte em várias zonas do país, com destaque para a costa Norte, devido aos efeitos de um sistema de baixa pressão, localizado sobre a parte ocidental da ilha de Timor.
As chuvas intensas já tinham causado problemas em vários municípios do país, nos últimos dias, com relatos de casas destruídas e outras infraestruturas afetadas, incluindo estradas e pontes.