A secretária de Estado do Turismo reconhece “as condições remuneratórias [no setor] ficam, muitas vezes, abaixo da remuneração média nacional. É um setor muito desgastante e é preciso encontrar formas de valorizar as profissões e os profissionais do setor. Só assim se consegue atrair valor”.
Rita Marques sinalizou, assim, a primeira de três ideias essenciais para o futuro do Turismo em Portugal.
Admitindo que a falta de pessoal em toda a cadeia exige o recurso a mão de obra estrangeira, a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços frisou que “também temos de os qualificar porque queremos crescer em valor”.
Qualidade superior de serviço, vital para que a receita turística cresça
Ainda não será em 2022 que se deverão atingir os valores de 2019 (melhor ano turístico nacional), mas Rita Marques acredita que poderão rondar os 80-85%.
“A rentabilidade do Turismo depende altíssima qualidade, nomeadamente de Recursos Humanos”, reafirmou o presidente da Confederação do Turismo Português, Francisco Calheiros. “Tem de ser uma atividade atrativa, onde se quer trabalhar e os recursos humanos são necessários em toda a cadeia do setor, dos operacionais aos mais qualificados”.
Raúl Ribeiro Ferreira, o presidente da ADHP trouxe logo a questão no seu discurso. Por um lado, é preciso que a tabela de classificação dos hotéis também tenha em conta a qualificação dos seus profissionais; por outro, “é importante criar condições para que os jovens estudantes desta área não saiam do país”.
Este é um dos grandes temas que o Congresso da ADHP discute nesta edição, com o mote “Atrair Talento, Recuperar o Sector, Planear o Futuro”.
Durante a tarde, o CEO da escola internacional Les Roches falou sobre as Tendências na Atração e Retenção de Talentos em Hospitalidade.
Esta sexta-feira de manhã continua a ser dedicada aos Recursos Humanos, nomeadamente à necessidades de inovação e formação. Um outro painel é dedicado ao impacto da Agenda do Trabalho Digno na operação hoteleira.
Em entrevista à Renascença, o presidente da ADHP, Raúl Ferreira, manifestou grande preocupação, falando mesmo num “retrocesso na forma como o mercado lida com o Código de Trabalho”, considerando que o desequilíbrio é cada vez maior a favor dos trabalhadores. Deu como exemplo as novas regras para uso dos contratos a termo e a maior dificuldade que as empresas do setor terão em recorrer às empresas de trabalho temporário.