Mundo precisa que o Natal seja “festa da esperança” e o “início da vida nova”
25-12-2020 - 13:37
 • Renascença

​Missa do Dia de Natal do bispo do Porto marcada por uma mensagem de esperança para as famílias portuguesas que, de uma forma ou outra, são atingidas pela pandemia de Covid-19.

O mundo precisa que o Natal seja a “festa da esperança” e o “início da vida nova” para todos os que sofrem com a pandemia de Covid-19, declarou esta sexta-feira o bispo do Porto, D. Manuel Linda.

Na missa do Dia de Natal, celebrada na Sé Catedral do Porto, D. Manuel Linda afirmou que, “amados por Deus e com Jesus connosco”, a “angústia, o desespero, a tristeza e os medos não podem existir onde já existe a salvação”.

O bispo do Porto dirigiu-se às crianças que não podem brincar na rua, aos adolescentes, aos “desempregados que só veem negrura à frente dos olhos”, aos casais, aos idosos separados das famílias e aos religiosos que não abandonam os seus fiéis, “não obstante o lobo medonho do vírus”.

“A todos eles a certeza de que a festa do amor e da esperança é, para nós, nas privações várias deste Natal, tal como no de Jesus, que está o início da transformação e do início da vida nova para o mundo”, sublinhou.

D. Manuel Linda fala num Natal com “tensão bipolar”, “com fé, mas ao mesmo tempo com receio de participar na eucaristia, com desejos de proximidade e cuidados de prudência, com a vontade de, ao menos uma vez por ano, sermos mais família e nem sequer podermos estar todos à volta da mesma mesa”.


Esta é também uma quadra “com alegria pelo nascimento de Jesus e desagrado pelo que vemos no mundo, com esperança, mas ao mesmo tempo com temor. Com festa, mas com uma certa nódoa típica deste tempo de pandemia e penumbra”.

Neste contexto de dificuldades, o Natal deve ser amor e esperança, contra as trevas e o “fechamento do homem em si mesmo”.

“As trevas encontram-se no fechamento do Homem em si mesmo, na não aceitação de Deus ou de que Deus o procure para o sanar, na consequente inversão dos valores ou adoção de ideologias que privilegiam ou que se opõem ao desígnio divino, na adesão a um ateísmo prático ou até mesmo expresso, na recusa ativa da salvação e da familiaridade com Deus”, sublinha.

“Nestes dias difíceis da pandemia o mundo bem precisa deste contributo dos cristãos, precisa que a nossa fé celebre o Natal como festa do amor, que exprima bem até que ponto chegou o amor de Deus por nós”, afirma o bispo do Porto.

“O mundo precisa também que o Natal seja também a festa da esperança, porque somos amados por Deus, porque temos Jesus connosco, a angústia, o desespero, a tristeza e os medos não podem existir onde já existe a salvação”, frisa o prelado nesta missa do Dia de Natal.