O mundo precisa que o Natal seja a “festa da esperança” e o “início da vida nova” para todos os que sofrem com a pandemia de Covid-19, declarou esta sexta-feira o bispo do Porto, D. Manuel Linda.
Na missa do Dia de Natal, celebrada na Sé Catedral do Porto, D. Manuel Linda afirmou que, “amados por Deus e com Jesus connosco”, a “angústia, o desespero, a tristeza e os medos não podem existir onde já existe a salvação”.
O bispo do Porto dirigiu-se às crianças que não podem brincar na rua, aos adolescentes, aos “desempregados que só veem negrura à frente dos olhos”, aos casais, aos idosos separados das famílias e aos religiosos que não abandonam os seus fiéis, “não obstante o lobo medonho do vírus”.
“A todos eles a certeza de que a festa do amor e da esperança é, para nós, nas privações várias deste Natal, tal como no de Jesus, que está o início da transformação e do início da vida nova para o mundo”, sublinhou.
D. Manuel Linda fala num Natal com “tensão bipolar”, “com fé, mas ao mesmo tempo com receio de participar na eucaristia, com desejos de proximidade e cuidados de prudência, com a vontade de, ao menos uma vez por ano, sermos mais família e nem sequer podermos estar todos à volta da mesma mesa”.
Esta é também uma quadra “com alegria pelo nascimento de Jesus e desagrado pelo que vemos no mundo, com esperança, mas ao mesmo tempo com temor. Com festa, mas com uma certa nódoa típica deste tempo de pandemia e penumbra”.
Neste contexto de dificuldades, o Natal deve ser amor e esperança, contra as trevas e o “fechamento do homem em si mesmo”.
“As trevas encontram-se no fechamento do Homem em si mesmo, na não aceitação de Deus ou de que Deus o procure para o sanar, na consequente inversão dos valores ou adoção de ideologias que privilegiam ou que se opõem ao desígnio divino, na adesão a um ateísmo prático ou até mesmo expresso, na recusa ativa da salvação e da familiaridade com Deus”, sublinha.
“Nestes dias difíceis da pandemia o mundo bem precisa deste contributo dos cristãos, precisa que a nossa fé celebre o Natal como festa do amor, que exprima bem até que ponto chegou o amor de Deus por nós”, afirma o bispo do Porto.
“O mundo precisa também que o Natal seja também a festa da esperança, porque somos amados por Deus, porque temos Jesus connosco, a angústia, o desespero, a tristeza e os medos não podem existir onde já existe a salvação”, frisa o prelado nesta missa do Dia de Natal.