Padura e a história virada do avesso. Aproximação Cuba-EUA é "grande vitória"
06-03-2015 - 12:19
• Maria João Costa
"Acho curioso que um país tão pequeno como Cuba possa gerar a notícia do ano, sem ter iniciado uma guerra ou sem ter sofrido uma catástrofe", diz o escritor cubano à Renascença.
"As coisas que acontecem no meu país despertam sempre muito interesse", afirma, a rir-se, Leonardo Padura. O escritor cubano olha com espectativa para a reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos. "Se de alguma forma há uma relação pelo menos civilizada entre Cuba e os Estados Unidos e sem agressividade, é uma grande vitória", diz à Renascença.
Em entrevista à margem do festival literário Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim (onde lançou o seu novo livro, "Hereges"), o autor recorda 17 de Dezembro de 2014. O dia da "notícia do ano": a intenção de reatar as relações entre Cuba e os Estados Unidos.
"Acho curioso que um país tão pequeno como Cuba possa gerar a notícia do ano, sem ter iniciado uma guerra ou sem ter sofrido uma catástrofe", conta o escritor, que vai fazer 60 anos.
Leonardo Padura diz que a "notícia do ano" foi recebida em Cuba de formas diferentes: com entusiasmo por uns e apreensão por outros.
Para Padura, este foi um momento histórico do avesso. "Foi um momento de uma grande emoção. Perguntávamo-nos: ‘Mas o que é que aconteceu aqui tão rapidamente?’. Ninguém estava à espera. Além disso, tínhamos a ideia de que se houvesse em algum momento uma aproximação entre Cuba e os Estados Unidos iria começar por uma espécie de desmontagem do embargo. Mas começaram ao contrário, anunciando o restabelecimento de relações."
O autor, que vive em Havana, mas viaja frequentemente para a Europa e Estados Unidos, admite que esta aproximação entre Havana e Washington "na essência é importante e boa porque a economia cubana precisa de encontrar recursos capazes de permitir melhorar as infra-estruturas do país e que haja mais investimento estrangeiro".
"O embargo dificulta estas hipóteses", admite.
Mario Conde de volta
Foi na Cuba de Raul Castro que Leonardo Padura escreveu o seu novo livro. "Hereges" tem como pano de fundo a II Guerra Mundial e a história do navio transatlântico São Luis. Em 1939, atracou em Havana com mais de 900 judeus a bordo. Foram impedidos de desembarcar.
Na origem desta não autorização, diz Padura, está "uma trama de corrupção e de interesses políticos que acabaram por condenar metade destas pessoas à morte em campos de concentração nazis na Europa."
Em "Hereges", Leonardo Padura volta a convocar a sua personagem emblemática, o investigador Mario Conde, que dá uma ajuda no enredo de um livro – uma obra que o autor diz ser sobre a liberdade e que já está nas livrarias portuguesas com a chancela Porto Editora.
Em entrevista à margem do festival literário Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim (onde lançou o seu novo livro, "Hereges"), o autor recorda 17 de Dezembro de 2014. O dia da "notícia do ano": a intenção de reatar as relações entre Cuba e os Estados Unidos.
"Acho curioso que um país tão pequeno como Cuba possa gerar a notícia do ano, sem ter iniciado uma guerra ou sem ter sofrido uma catástrofe", conta o escritor, que vai fazer 60 anos.
Leonardo Padura diz que a "notícia do ano" foi recebida em Cuba de formas diferentes: com entusiasmo por uns e apreensão por outros.
Para Padura, este foi um momento histórico do avesso. "Foi um momento de uma grande emoção. Perguntávamo-nos: ‘Mas o que é que aconteceu aqui tão rapidamente?’. Ninguém estava à espera. Além disso, tínhamos a ideia de que se houvesse em algum momento uma aproximação entre Cuba e os Estados Unidos iria começar por uma espécie de desmontagem do embargo. Mas começaram ao contrário, anunciando o restabelecimento de relações."
O autor, que vive em Havana, mas viaja frequentemente para a Europa e Estados Unidos, admite que esta aproximação entre Havana e Washington "na essência é importante e boa porque a economia cubana precisa de encontrar recursos capazes de permitir melhorar as infra-estruturas do país e que haja mais investimento estrangeiro".
"O embargo dificulta estas hipóteses", admite.
Mario Conde de volta
Foi na Cuba de Raul Castro que Leonardo Padura escreveu o seu novo livro. "Hereges" tem como pano de fundo a II Guerra Mundial e a história do navio transatlântico São Luis. Em 1939, atracou em Havana com mais de 900 judeus a bordo. Foram impedidos de desembarcar.
Na origem desta não autorização, diz Padura, está "uma trama de corrupção e de interesses políticos que acabaram por condenar metade destas pessoas à morte em campos de concentração nazis na Europa."
Em "Hereges", Leonardo Padura volta a convocar a sua personagem emblemática, o investigador Mario Conde, que dá uma ajuda no enredo de um livro – uma obra que o autor diz ser sobre a liberdade e que já está nas livrarias portuguesas com a chancela Porto Editora.