PS não criará "impasses constitucionais" mas afasta aprovação de orçamentos da direita
10-03-2024 - 21:04
 • Lusa

Interrogado se o PS abre a porta a uma negociação para uma abstenção num eventual Orçamento do Estado apresentado pela AD, João Torres respondeu: "Ninguém espera do PS que viabilize orçamentos da direita em Portugal".

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O diretor de campanha do PS, João Torres, garantiu que o partido não irá criar "impasses constitucionais" caso se verifiquem as projeções das televisões, mas afasta a aprovação de orçamentos apresentados pela direita, cabendo-lhe "liderar a oposição".

Em declarações aos jornalistas num hotel em Lisboa, onde os socialistas estão a acompanhar a evolução dos resultados eleitorais, João Torres reagiu aos resultados das projeções televisivas e foi questionado se o PS mantém a disponibilidade de viabilizar um Governo da Aliança Democrática (AD) caso se confirme a sua vitória.

"O PS não criará impasses constitucionais no nosso país, mas permita-me simultaneamente que seja muito claro a este respeito: o PS não é o parceiro natural da AD, não é o parceiro natural da direita no nosso país", declarou.

O também diretor da campanha do PS salientou que, caso se confirmem as projeções, o partido "tem a obrigação de liderar a oposição e de mostrar que há um caminho e uma visão diferente".

Interrogado se o PS abre a porta a uma negociação para uma abstenção num eventual Orçamento do Estado apresentado pela AD, João Torres respondeu: "Ninguém espera do PS que viabilize orçamentos da direita em Portugal".

"Isso é algo que ficou muito claro e muito sublinhado ao longo das últimas semanas é que nós temos uma visão da sociedade diferente. Nós defendemos políticas públicas que são matricialmente diferentes das da AD", referiu. .

João Torres indicou que, caso se verifiquem as projeções televisivas, a obrigação do PS será também a de "convencer os portugueses, reconciliar os portugueses com as políticas públicas que defende, porque são aquelas que também contribuem para uma maior liberdade e igualdade".

Já questionado se considera que os portugueses votaram num Governo da AD com o Chega, João Torres recusou "fazer a hermenêutica dos resultados eleitorais a partir das projeções", salientando que o partido só pretende fazer interpretações quando forem divulgados os números oficiais.

"O PS não sendo, ou verificando-se que não será, a força política mais votada, irá liderar a oposição. (...) O PS é um grande partido, com uma grande história, que caminha a passos largos para os seus 51 anos desde a sua fundação e mantém-se sempre e permanece sempre de pé nos melhores e nos piores momentos", afirmou. .

Interrogado se, caso o PS vença as eleições, considera que há possibilidade de governar à esquerda apesar de o bloco não ter a maioria, João Torres disse que pretendia comentar as projeções e pedir que se espere pela divulgação dos resultados eleitorais "com serenidade e tranquilidade".