A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e as unidades hoteleiras da região vão celebrar, na próxima segunda-feira, dia 21 de setembro, um protocolo que visa alargar a oferta de alojamento a estudantes.
A necessidade surgiu “devido à redução do número de camas disponíveis nas residências de estudantes, imposta pelas medidas de combate à pandemia COVID-19 e da necessidade em reforçar uma resposta na área do alojamento com maior disponibilidade de camas e mais uniforme”, esclarece a academia.
De acordo com o reitor da UTAD, Fontaínhas Fernandes, “a situação de especial escassez de oferta de alojamento para estudantes do ensino superior exigiu uma resposta pública, pelo que as instituições de ensino superior podem utilizar disponibilidades de alojamento existentes em imóveis da propriedade de outras entidades, públicas ou privadas, mediante o estabelecimento de protocolos”.
Neste contexto, e com vista a garantir condições de equidade no acesso e frequência no ensino superior dos estudantes, especialmente os mais carenciados, este ano letivo, os estudantes vão poder contar, além da Residência da UTAD, com alojamento em unidades hoteleiras instaladas no Município de Vila Real.
A oferta de alojamento é dirigida a estudantes da UTAD de todos os ciclos de estudos, cabendo à universidade divulgar e receber as candidaturas e atribuir complementos (quando aplicável).
Associação académica promove estudo sobre alojamento estudantil
A Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD) está a realizar um estudo sobre as oscilações no alojamento dos estudantes nos últimos anos.
O objetivo é perspetivar o impacto que a pandemia provocada pela Covid-19 terá na oferta de alojamento estudantil na cidade de Vila Real.
A academia vilarealense recorda que a oferta do número total de camas da cidade “já se encontrava numa situação alarmante no ano passado, devido aos postos de trabalho criados pela inauguração de dois hospitais privados e ao progressivo aumento do número de alunos, criando uma inflação sem precedentes no mercado local”. Realidade que levou a AAUTAD a promover a manifestação estudantil “Uma Academia sem teto”.
“Devido também à pandemia e aos consequentes planos de contingência perspetiva-se que haja uma redução de 174 camas nas residências universitárias da UTAD”, alerta a AAUTAD.
De acordo com José Pinheiro, presidente da AAUTAD, “cerca de 70% dos estudantes são deslocados e 40% dos mesmos beneficiam de bolsa de Ação Social”.
“Tendo em conta a oferta de alojamento da universidade, cerca de 90% dos alunos necessitam de encontrar uma solução no mercado privado”, conclui José Pinheiro.
A Associação Académica considera, por isso, que é necessário assegurar aos novos alunos “garantias para o sucesso pessoal” e defende que “receber de volta a comunidade académica da melhor forma seja visto como uma prioridade para a cidade”.