A Volkswagen e os sindicatos do sector chegaram a acordo para cortar 30 mil postos de trabalho no universo da construtora alemã, num esforço para poupar quatro mil milhões de euros.
Os detalhes deste acordo devem ser revelados esta sexta-feira, mas já se sabe que mais de dois terços dos cortes serão feitos na Alemanha (23 mil). Os restantes devem verificar-se na América.
A notícia está a ser avançada pela agência Reuters, não tendo ainda sido confirmada pela empresa.
O grupo alemão, que emprega mais de 600 mil pessoas em todo o mundo, toma esta decisão ainda na sequência do escândalo sobre a manipulação do registo de emissão de gases com efeito estufa.
Em Setembro de 2015 rebentou o escândalo da manipulação de emissões poluentes pela Volkswagen, estimando-se que em todo o mundo tenham sido afectados 11 milhões de veículos pela fraude cometida pelo grupo, dos quais oito milhões na Europa (em Portugal são 125.491 veículos).
Nos Estados Unidos, o construtor alemão prepara-se para pagar cerca de 14 mil milhões de dólares em compensações. Desses, 10 mil milhões serão para a indemnização directa dos proprietários afectados, enquanto, na Europa, a Volkswagen continua a negar o pagamento de qualquer verba.
Em Portugal, a associação de defesa dos consumidores DECO fez saber que avançou com um processo judicial contra a empresa alemã.
Contudo, os trabalhadores da Autoeuropa não só não vão ser afectados como vão ter mais trabalho. A confirmação de que empresa de Palmela não vai ser afectada pelos cortes foi dada à Renascença pela comissão de trabalhadores. António Chora garante que no próximo ano terão mais trabalhadores e a produção de um novo carro.
Várias marcas automóveis ficaram sob suspeita após o escândalo da Volkswagen, que rebentou a 18 de Setembro do ano passado, quando se percebeu que a construtora alemã instalara um kit fraudulento de emissões poluentes nos motores EA 189, usado em modelos a gasóleo da VW e da Audi, que ocultavam os valores reais de poluição gerados por esses motores.