A plataforma de sindicatos da PSP e GNR afirmou esta segunda-feira que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, se comprometeu a "fazer contas" para avaliar a acomodação orçamental da equiparação do suplemento de missão destas forças de segurança ao da PJ.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com Pedro Nuno Santos na sede nacional do PS, em Lisboa, o representante da plataforma Bruno Pereira, que é também presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Política (SNOP), considerou que foi uma "reunião histórica" e que o secretário-geral socialista manifestou o desejo de ver a situação "resolvida com a maior prioridade possível".
"Iria fazer contas porque aquilo que efetivamente ia ser discutido é a acomodação orçamental desta medida, com a devida inscrição do ponto de vista da linha programática no seu programa", referiu, acrescentando que Pedro Nuno Santos quer perceber "de que forma o Estado poderia acomodar esta despesa, porque é uma despesa que tem de ser feita".
Questionado se traz da reunião a garantia de que haverá uma inclusão no programa eleitoral do PS da equiparação do subsídio de missão ao da PJ, Bruno Pereira respondeu: "Indiscutivelmente".
"Até admitia também poder ter uma discussão mais alargada relativamente a outras assimetrias que foram entretanto sendo criadas ao longo de anos com as forças de segurança, porque claramente percebe a importância vital que as forças de segurança têm", disse.
Segundo o porta-voz da plataforma, é "perfeitamente justo e legítimo" que haja um "tratamento igual, paritário e justo para todos os profissionais da PSP e da GNR, por comparação com aquilo que foi a valorização da condição policial da PJ".
"Não está no domínio dele resolver hoje, mas gostaria que essa resolução fosse tomada e assumida o quanto antes. Admitia, ainda assim, solidariamente e leal para com o Governo que isso tem de ser o Governo a, querendo fazê-lo, resolvê-lo. Se continuar a não fazê-lo, aí, caso entretanto venha a constituir Governo, claramente gostaria de ver resolvida esta situação o quanto antes", afirmou. .
Questionado se, perante esta promessa, a plataforma admite desconvocar os protestos, Bruno Pereira respondeu que "o problema foi criado por este Governo" e os polícias gostariam que fosse resolvido até às eleições.
"Portanto, obviamente não iremos parar toda esta onda de protestos até que este assunto seja consequentemente resolvido. Segundo, não houve vinculação ainda expressa, do ponto de vista da concretização absoluta desta vontade e desta intenção. Portanto, não, não iremos parar", afirmou, comprometendo-se a manter a "onda de contestação" com "elevados padrões de ética e de sobriedade".
Interrogado se tem reuniões previstas com outros líderes políticos, Bruno Pereira disse estar a aguardar um agendamento com o PSD, salientando que "ainda não está fechado".
"Aguardamos que, com um possível putativo líder do futuro Governo, tenhamos a mesma possibilidade de discutir com ele e também aproveitar para discutir algumas incoerências, algumas questões que eram menos claras, como foi hoje aqui possível fazer", disse.
Já questionado se ainda espera reunir-se com o Governo, Bruno Pereira respondeu: "Nós gostaríamos, o quanto antes, desde que houvesse vontade verdadeira e consequente de resolver esta questão".