O bispo da diocese da Guarda, D. Manuel Felício, recordou na sua mensagem de Natal os incêndios de Outubro, cujos danos físicos e psicológicos permanecem bem vivos.
Para o prelado diocesano, são necessárias respostas diferentes para necessidades diferentes.
D. Manuel Felício exemplifica. “Vimos algum distanciamento dos poderes instituídos, tentando responder com medidas gerais a situações muito díspares”.
“Tratar por igual uma pessoa que vivia sozinha em sua casa, bem relacionada com os vizinhos, cujos filhos estão emigrados no estrangeiro e o casal que também vítima deixou dois filhos menores, dando-lhes a mesma importância, sejam 70 vezes 7, como se a vida alguma vez pudesse ser transaccionável por valores materiais, é no mínimo um contra-senso”, considera D. Manuel Felício.
E na mensagem de Natal, o bispo da Guarda deixa uma pergunta. “Quem está mais habilitado para fazer a avaliação destas situações? A resposta só pode ser uma. Pessoas e instituições que estão próximas e não o centralismo da administração pública, como aconteceu e está acontecer”, revela o bispo.
D. Manuel Felício deixou o apelo a que se ajude as pessoas a dar orientação ao que se salvou dos incêndios.
“Tem havido resposta lenta, tinha que ser mais rápida, sabemos que a madeira queimada se for imediatamente tratada vale X, se for agora depois das chuvas, vale zero”, denuncia.
D. Manuel Felício recordou os incêndios de Outubro que causaram cinco vítimas mortais na diocese, e um rasto de prejuízos que é preciso não esquecer.