A expansão do aeroporto de Heathrow, no Reino Unido, foi considerada ilegal por um tribunal inglês esta quinta-feira. Em causa estão questões relacionadas com as alterações climáticas, que podem demover o projeto avaliado em cerca de 18 milhões de libras (21 milhões de euros).
O juiz do tribunal decidiu que a construção de uma terceira pista no aeroporto, considerado o mais movimentado na Europa, seria "legalmente fatal". A principal causa para o chumbo da proposta está na incongruência deste projeto face aos compromissos assumidos pelo Governo britânico em relação às alterações climáticas.
O Governo decidiu não recorrer da decisão do tribunal. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tem-se manifestado contra esta expansão, proposta pelo anterior executivo. Durante a sua campanha eleitoral, Johnson garantiu que iria fazer os possíveis para interromper os planos para Heathrow.
Esta decisão do Governo pode ser decisiva para finalizar o projeto. Os planos para a expansão têm-se arrastado ao longo das últimas décadas, devido a indecisões e disputas.
Nos últimos meses, estão em causa os possíveis impactos relacionados com as alterações climáticas, alvo de protestos de organizações como a "Greenpeace". Os que se opõem a esta expansão garantem que o reconhecimento das questões climáticas pode vir a ter consequências positivas em outros projetos.
O aeroporto vai recorrer
A gestão do aeroporto de Heathrow, que é detido pela espanhola Ferrovial, a Autoridade de Investimento do Qatar e por uma corporação de investimento chinesa, anunciou que vai recorrer da decisão do tribunal.
Heathrow garante que as questões relacionadas às preocupações com as alterações climáticas vão ser esclarecidas. A gestão acrescenta que esta expansão seria "crítica" para que o Reino Unido aumente as trocas comerciais com outros países, depois do "Brexit".
Governo considera os próximos passos
Depois da decisão do tribunal, o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, garantiu que o Governo já está a considerar quais os próximos passos a ter em conta em relação a este projeto.
O tribunal decidiu que o Governo deveria rever as políticas aeroportuárias para que a expansão se tornasse legal. O executivo decidiu não recorrer, uma vez que leva "a sério" os seus "compromissos com o ambiente, ar limpo e a redução de emissões de carbono", referiu o ministro.
"Sempre fomos claros que a expansão de Heathrow [...] deve atender a critérios rigorosos no que toca à qualidade do ar, poluição sonora e alterações climáticas", acrescenta Grant Shapps.