André Villas-Boas espera que o FC Porto puna "exemplarmente" os autores dos desacatos na assembleia geral (AG) da passada segunda-feira e que coopere com o Ministério Público (MP) na investigação ao sucedido.
Em publicação no Instagram, após o anúncio do Conselho Superior do cancelamento da AG da próxima segunda-feira e de que deixou cair as propostas de alterações estatutárias previstas para a reunião, o antigo treinador portista, provável candidato às próximas eleições à presidência afirma querer "acreditar que os órgãos sociais do FC Porto vão atuar em conformidade com os seus estatutos".
Isto significa, segundo Villas-Boas, "dar início às investigações e procedimentos disciplinares necessários para punir exemplarmente os associados que, de forma indecorosa, agrediram, física e moralmente, outros sócios do FC Porto durante a assembleia geral extraordinária".
"Bem como cooperar extensivamente com o Ministério Público na investigação já anunciada sobre os mesmos incidentes", acrescenta.
Villas-Boas também espera que a Mesa da Assembleia Geral "assegure sempre as condições mínimas logísticas e de segurança" nas reuniões magnas do clube, "como lhe compete", vinca o treinador:
"Para que os Sócios, e apenas esses, possam debater entre si em segurança e livremente as ideias e as propostas que têm para o nosso clube."
Faço votos para que doravante as assembleias gerais estejam à altura do bom nome do FC Porto e que permitam que os seus sócios participem na vida do clube demonstrando a vitalidade do 'ser Porto' que tanto nos orgulha", lê-se.
A AG de segunda-feira estava inicialmente marcada para uma sala no interior do Estádio do Dragão, mas o inesperado número de sócios levou o evento para o Dragão Caixa. A reunião ficou marcada por desacatos e agressões entre sócios, que levou ao adiamento e consequente cancelamento.
Henrique Ramos, sócio do FC Porto que foi agredido na AG, garante que o agressor é José Sá, membro do Conselho Superior do FC Porto.
Na noite de terça-feira, o MP anunciou que vai instaurar um inquérito às agressões. Em comunicado, o MP refere que tendo em conta os acontecimentos "amplamente divulgados na comunicação social e susceptíveis de integrar infracções criminais de natureza pública, foi determinada a instauração de inquérito, que corre termos no Diap da Procuradoria da República do Porto".
A direção do FC Porto garantiu que iria recorrer "aos meios ao seu alcance para identificar os responsáveis por agressões físicas" e que os desacatos "são condenáveis e mancham uma história centenária de cultura democrática".