O número de casos de tuberculose em Portugal continua em queda. No ano passado, foi registado o número mais baixo de sempre: menos de 20 por cada 100 mil habitantes.
A tendência mantém-se e há zonas no país sem registo de qualquer caso. Noutras, a incidência é muito baixa.
“Continuamos ouvir falar de surtos de tuberculose em alguns locais – prisões, escolas, alguns bairros – mas são as características de uma situação de incidência mais baixa. Já não existe tuberculose em toda a comunidade e começa a haver a concentração em alguns grupos e áreas geográficas”, explica à Renascença Raquel Duarte, do Programa Nacional de Combate à Tuberculose.
Os surtos estão cada vez mais limitados aos grandes centros urbanos, “que têm uma maior densidade populacional, maior concentração de grupos de risco e de população vulnerável à tuberculose”.
Essas populações mais vulneráveis – caso dos sem-abrigo, dos toxicodependentes, dos infectados com VIH e dos reclusos – são também aquelas onde é mais difícil controlar a doença, “porque têm mais difícil acesso aos tratamentos” e onde é mais complicado “levar o tratamento até ao fim”, explica a responsável.
Esta quinta-feira assinala-se o Dia Mundial de Combate à Tuberculose e os números da incidência da doença em Portugal vão ser divulgados durante a tarde.
Conceição Gomes, coordenadora do Centro de Diagnóstico Pneumológico Dr. Ribeiro Sanches, o maior do país, sublinha que a doença “tem cura”, mas que é muito importante que ela seja diagnosticada.
Para tal, é preciso que esteja atento a alguns sintomas, como “tosse arrastada por mais de uma semana, suores, perda de peso”, e recorrer ao médico assistente. Se for fumador, tiver diabetes ou doenças inflamatórias crónicas deve redobrar o cuidado.