Um trabalhador com um salário médio e sem filhos recebeu em Portugal, em 2018, em média, 73,4% do valor bruto que lhe foi pago, um valor ligeiramente superior ao de 2017 (72,5%).
Os dados, revelados esta quinta-feira num relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), até apontam para um alívio nos impostos e contribuições sobre o rendimento, mas a tributação em Portugal continua acima da média dos países desta organização e acima do valor registado em 2009, o último ano em que a carga fiscal desceu, depois da crise.
Segundo o relatório “Taxing Wages 2019”, há 22 países na OCDE com menor carga fiscal sobre o trabalho do que Portugal.
Depois de somados os impostos e as contribuições para a Segurança Social de empregados e empregadores, e descontados todos os benefícios e transferências do Estado, o peso sobre o custo salarial total do trabalhador atinge em Portugal quase 41%. O valor desceu 0,7 pontos percentuais (de 41,4 em 2017, para 40,7 em 2018), e é agora a 14.ª mais alta de entre os 36 países da OCDE.
Face a 2017, subiu uma posição: está mais de quatro décimas acima da média (36,1).
Os trabalhadores individuais (solteiros, sem filhos) são os mais tributados. Quem tem filhos paga menos impostos, mas mesmo assim é menos beneficiado do que noutros 19 países da organização. Apesar das últimas medidas de apoio à parentalidade, subiram no ranking para o 17.º lugar.
Já os casados com dois filhos conseguiram levar para casa 87,9% do ordenado, o que fica quase duas décimas acima da média da OCDE.
Desde 2000, a carga fiscal em Portugal, por trabalhador, já subiu 3,4 pontos percentuais. Nos mesmos 18 anos, na média dos países da OCDE desceu 1,3 pontos percentuais.