Uma operação global levada a cabo entre 1 e 30 de março por 300 agências de 67 países detetou 1.600 infrações no âmbito da poluição marinha, desde descargas ilegais a tráfico de resíduos.
Os números são avançados nesta quinta-feira pela Europol, que, em conjunto com a Frontex, coordenou a parte europeia da operação, enquanto a Interpol coordenou as atividades globais.
No total, foram feitas 34 mil fiscalizações no mar, canais hídricos, áreas costeiras e portos. Das 1.600 infrações detetadas:
- 500 dizem respeito a atos ilegais de poluição no mar, incluindo descargas de óleo, desmantelamento ilegal de navios e emissões de enxofre de navios;
- 1.000 são de crimes de poluição em zonas costeiras e fluviais, incluindo descargas ilegais de contaminantes;
- 130 são casos de tráfico de resíduos pelos portos.
Através da base de dados da Interpol, foi ainda possível perceber a existência de ligações entre o crime de poluição e outros crimes graves, como fraude, corrupção, evasão fiscal, lavagem de dinheiro, pirataria e pesca ilegal.
Aproveitamento da pandemia
Com as autoridades centradas na contenção da pandemia de Covid-19, houve quem tivesse explorado as vulnerabilidades criadas para cometer crimes de variada ordem.
No campo ambiental, foi detetada uma importante rede criminosa de tráfico de resíduos plásticos (máscaras e luvas, por exemplo) entre a Europa e a Ásia, o que desencadeou uma cooperação entre as autoridades de ambas as regiões.
Até o momento, foram detidos 22 suspeitos e milhares de toneladas de lixo impedidas de serem enviadas ilegalmente para a Ásia.
É, contudo, provável que os resíduos despejados já tenham contaminado os solos e gerado considerável lixo marinho.
A ação das polícias internacionais ocorreu depois de cinco meses de recolha e análise de informação, permitindo que os países participantes identificassem os pontos críticos e os alvos a atingir.