Com uma larga experiência no futebol asiático, Nelo Vingada, amigo e ex-conselheiro de Carlos Queiroz na seleção do Irão, não tem dúvidas de que Mehdi Taremi tem qualidade para se impor no FC Porto.
Numa entrevista a Bola Branca, Nelo Vingada revela que o antigo selecionador do Irão tentou que Taremi tivesse chegado mais cedo a um clube grande. O desempenho do avançado irianiano na sua primeira época em Portugal (21 golos marcados em 37 jogos) não é de estranhar. O que verdadeiramente espanta Nelo Vingada, é que só agora Mehdi Taremi chegue a um clube com a dimensão do FC Porto.
Enquadramento no FC Porto pode justificar atenções redobradas
“Aquilo que vi logo na altura - até em conversas com o Carlos Queiroz - foi que estávamos perante um jogador com potencial e de dimensão superior para o nível do Irão, que no continente asiático é fortíssimo. Embora haja quem não goste de ouvir, o futebol na Ásia não está a anos luz do futebol europeu”, declara o antigo treinador adjunto da seleção portuguesa, antes de recordar que em 2002 [preparava-se Nelo Vingada para rumar ao Egipto], Portugal foi afastado do Campeonato do Mundo pela Coreia do Sul.
Pela vasta experiência que tem do futebol na Ásia, o treinador adverte, contudo, para a eventualidade de Taremi poder revelar um caráter “um pouco tímido ou reservado no relacionamento pessoal” que pode justificar “aquele toque do treinador, porque se trata de jogadores que vêm de outra cultura, de outra religião e de países com valores completamente diferentes".
Um mercado ao alcance da bolsa dos clubes portugueses
O Rio Ave recebeu Taremi a custo zero, com o jogador a manter 40% do passe. O avançado prescindiu de muito dinheiro, a nível salarial, para apostar na sua primeira experiência na Europa. O FC Porto deverá pagar 6 milhões de euros ao clube de Vila do Conde e o avançado assina um contrato de quatro temporadas com os campeões nacionais.
À espera que o telefone toque, de preferência do estrangeiro
“Depois de ter andado por 11 países e de ter conquistado o que conquistei, já vou para onde quero e não para onde as pessoas querem” declara, sublinhando que se tiver de optar por treinar em Portugal ou no estrangeiro, não hesitará em fazer as malas e voltar a emigrar.