Um dia após a intervenção cirúrgica, o Vaticano informa que o Papa Francisco, de 84 anos, está a recuperar bem.
“Sua Santidade está desperta e respira de forma autónoma”, pode ler-se na breve nota emitida esta segunda-feira pelo gabinete de imprensa da Santa Sé, segundo a qual está prevista uma hospitalização de cerca de sete dias, caso não existam complicações.
A intervenção cirúrgica intestinal, realizada na Policlínica Gemelli, um hospital-escola católico em Roma, “envolveu uma hemicolectomia esquerda e durou cerca de três horas”, esclarece o mesmo texto.
O diretor do Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia do Hospital de Santa Maria, Rui Tato Marinho, explica à Renascença que uma hemicolectomia “consiste em cortar metade do cólen, o que se chama intestino grosso”.
“Uma intervenção cirúrgica em que se faz uma receção e se corta metade, neste caso, a metade esquerda do intestino grosso, do lado em que habitualmente se situam os divertículos, onde são mais frequentes”, explica Rui Tato Marinho.
O especialista esclarece que “depois, ou o intestino se cose, corta-se de um lado, corta-se do outro e depois se cose as partes que ficaram cortadas, ou, em outros casos, também se traz durante um tempo o saquinho, a pessoa fica com o dito saquinho e, depois, um dia mais tarde volta a refazer a continuidade do intestino”.
As recuperações, segundo Rui Tato Marinho, são cada vez são mais rápidas e procura-se que a pessoa esteja o mínimo de tempo internada.
“Habitualmente a recuperação anda “à volta de cinco, seis dias, uma semana no máximo”, indica o diretor do Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia do Hospital de Santa Maria.
O Vaticano já tinha informado que ao Papa tinha sido diagnosticado “estenose diverticular sintomática do cólon”, uma referência a um estreitamento no intestino grosso e que a cirurgia seria realizada por Sergio Alfieri, o diretor do departamento de cirurgia digestiva daquela unidade.
Uma semana antes, Francisco, na sua habitual aparição dominical, pediu ao público orações especiais para si próprio, um apelo que pode ter sido relacionado com a cirurgia planeada.
Esta foi a primeira hospitalização conhecida do Papa desde que foi eleito para líder máximo da Igreja Católica, em 2013.
Francisco está, em geral de boa saúde, mas, quando jovem, foi-lhe removida parte de um pulmão. Também sofre de ciática, com um nervo a afetar-lhe a parte inferior das costas e a perna, uma condição dolorosa que o obrigou por vezes a adiar aparições programadas.