A arquidiocese de Braga emitiu uma nota pastoral depois de conhecida a notícia de que Frei Bartolomeu dos Mártires vai ser canonizado em novembro.
“’Alegrai-vos e exultai’” (Mt 5,12). É com estas palavras que o Papa Francisco escolheu para intitular a sua Exortação Apostólica sobre o chamamento à santidade no mundo atual que quero anunciar que o Santo Padre, após um longo processo, declarou Santo o Beato Bartolomeu dos Mártires.
Sabíamos da sua santidade e, já há muito tempo, nos sentíamos motivados para empreender um itinerário de vida espiritual e pastoral seguindo o seu testemunho. Nele encontramos um verdadeiro apelo a uma vida de coerência evangélica, harmonizando a mensagem em que se acredita com a vida real. Somos discípulos em todas as vertentes da vida humana.
Existe uma realidade onde Bartolomeu dos Mártires se destaca como referência para a Igreja. Todos conhecem a necessidade de uma reforma. A crise entrou na Igreja. Bartolomeu dos Mártires viveu um período idêntico e soube, como poucos, ler e ouvir os sinais dos tempos, empenhando-se na procura de respostas adequadas. O seu compromisso com a mudança na Igreja não foi teórico nem retórico. Deu exemplo e exigiu, no seu ministério apostólico, um novo estilo de ser Igreja e um novo modo de encarar o quotidiano cristão. Foi um autêntico reformador. Creio que, nele, encontraremos a confirmação de que a renovação da Igreja não só apenas necessária, mas possível e urgente.
A renovação eclesial é tanto estrutural como pastoral, assim como um caminho de santidade dirigido a todos. Quando o Papa declara a santidade do Beato Bartolomeu dos Mártires está a dizer a toda a Igreja, e de um modo particular aos cristãos das dioceses que ele serviu (Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança), que não só não devemos ter medo da santidade como devemos assumir um compromisso, pessoal e comunitário, de santidade.
Estamos num ano Missionário e sentimos que Deus nos convida à missão. “Não é possível imaginar a própria missão na terra, sem a conceber como um caminho de santidade, porque «esta é, na verdade, a vontade de Deus: a [nossa] santificação» (1 Ts 4, 3). Cada santo é uma missão; é um projeto do Pai que visa refletir e encarnar, num momento determinado da história, um aspeto do Evangelho” (G.E. 19). “Também tu precisas de conceber a totalidade da tua vida como uma missão. […] Permite-Lhe plasmar em ti aquele mistério pessoal que possa refletir Jesus Cristo no mundo de hoje” (G.E. 23).
A canonização acontecerá em dia e hora a combinar. Será presidida por um Delegado Pontifício e terá lugar na Arquidiocese de Braga. Procuraremos encontrar uma data que evoque algum pormenor da multifacetada personalidade do nosso futuro Santo. Com muita probabilidade será no dia 10 de novembro, início da Semana dos Seminários.
‘Alegrai-vos e exultai’ (Mt 5,12). Demos graças a Deus! Coloquemos a vida e a obra do nosso novo santo no coração das nossas vidas, das comunidades paroquiais, das dioceses que serviu e de todo o país.”