Novo Banco. PS admite nacionalização em último caso
24-02-2016 - 15:11

Deputado socialista João Galamba sublinha que este é o momento de encontrar um comprador e a melhor oferta, depois logo se vê.

O Novo Banco só ficará na esfera pública se não aparecer uma boa proposta de compra, defende o vice-presidente da bancada parlamentar do PS, João Galamba.

O deputado socialista considera que este é o momento de encontrar um comprador e a melhor oferta, depois logo se vê.

“Aquilo que acontecer será aquilo que melhor defende os interesses patrimoniais do Estado, os interesses dos contribuintes e a estabilidade do sector financeiro português”, começou por referir.

“Podemos depois fazer todos os cenários: se não aparecer nenhum comprador, se aparecerem vários mas são todos péssimos… No caso de não aparecer, o banco já está na esfera pública porque o Fundo de Resolução é uma entidade pública. No cenário hipotético de não aparecer ninguém a querer ficar com o Novo Banco, então ao Novo Banco resta ficar como está que é no património do Estado, não porque o PS defenda essa posição, mas porque na ausência de uma comprador privado não há outra alternativa, mas neste momento estamos a trabalhar num cenário de haver um comprador privado”, sublinhou João Galamba.

O PCP, partido que apoia o Governo no Parlamento, avançou com uma proposta de nacionalização do Novo Banco.

João Galamba pede esclarecimentos e refere que quem defende a nacionalização do Novo Banco deve explicar porque é que esta solução “é melhor, sustentável e não põe em causa a propriedade pública da Caixa Geral de Depósitos”.

O vice-presidente da bancada socialista não diz se o grupo parlamentar do PS vai viabilizar a resolução do PCP. A decisão será tomada depois da discussão entre os deputados socialistas.

O primeiro-ministro e líder socialista, António Costa, disse ontem, no final do debate do Orçamento do Estado, que "a pressa é má conselheira" e há que "dar tempo para se encontrar uma boa solução" para o Novo Banco.

Na segunda-feira, o economista, conselheiro de Estado de Cavaco Silva e ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, admitiu que a nacionalização daquela instituição bancária poderá ser "uma saída possível", considerando que "a venda não será já muito favorável".