O Partido Socialista comprometeu-se este sábado a voltar a discutir a compra da Agência Lusa.
Na sessão do 5.º Congresso dos Jornalistas, dedicada ao papel do Estado na comunicação social, e que contou com a presença de todos os líderes parlamentares - à exceção do Chega, que não quis comparecer -, Eurico Brilhante Dias assumiu que o tema já devia ter sido resolvido.
“É uma questão bastante preocupante, que deve ser resolvida o mais rapidamente possível. É pena que não tenha sido resolvido nesta legislatura. Assumo parte dessa culpa”, afirmou.
Do lado do PSD, Joaquim Miranda Sarmento criticou a opacidade do Partido Socialista no processo. “O que aconteceu foi uma total opacidade de comprar à pressa uma participação sem que uma série de aspetos ficassem relativamente claros sobre o que se quer fazer sobre a Lusa”, afirmou o social-democrata.
Ainda sobre a agência Lusa, a Iniciativa Liberal disse estar contra a nacionalização, com Rodrigo Saraiva a alertar para o impacto que pode ter a distribuição de conteúdos.
No painel anterior, a diretora da Lusa, Luísa Meireles, lamentou que o negócio da compra da agência pelo Estado tenha falhado por recuo do PSD, referindo que mais financiamento permitiria à Lusa oferecer o serviço.
O Estado detém 50,15% da Lusa, com o grupo Global Media a ser detentor de 23,36% e a Páginas Civilizadas 22,35%.
O fundo Union Capital Group (UCAP Group) controla a maioria (51%) do capital da Páginas Civilizadas, a qual detém 41,5% da Global Media.
Em dezembro, os representantes dos trabalhadores da Lusa rejeitaram que a única agência de notícias de Portugal tenha como acionista um fundo de investimento estrangeiro sobre o qual nada se sabe, que designaram de um "dono sem rosto".