É necessária uma estratégia nacional para incentivar a dádiva de Sangue em Portugal. O alerta é da Federação Portuguesa dos Dadores neste Dia Mundial do Dador de Sangue.
“De 2011 a 2021, perderam-se cerca de 40 mil dadores, o que nos preocupa”, diz à Renascença o presidente da federação. Alberto Mota acredita que o principal motivo é a falta de incentivos do Governo, nomeadamente direito a ser dispensado no trabalho.
“2012 foi o ano em que foram retirados alguns benefícios aos dadores”, recorda. Depois de ter sido retirada e restituída a isenção de pagamento de taxas moderadoras, Alberto Mota diz estar “agora a trabalhar para que rapidamente seja restituído o direito ao dia, para que o dador se sinta com segurança quando vai dar sangue e que fica com o dia para se restabelecer”.
O responsável diz que a situação nos bancos de sangue está estável, mas “faz falta haver uma estratégia nacional”.
“Sabemos que há um consumo diário constante, entre as 900 e mil unidades de sangue. Por isso, temos de nos sentar e estipular uma estratégia para não andarmos sempre atrás do prejuízo”, defende.
Alberto Mota admite que a pandemia de Covid-19 também contribuiu para o decréscimo de dadores.
“Já temos verificado, nas últimas colheitas, um decréscimo muito grande de comparência de dadores. Sabemos que quem estiver com Covid-19 tem de aguardar 14 dias após a alta e tudo isto faz com que a pandemia esteja a afetar também muito a dádiva de sangue”, diz.
O presidente da Federação Portuguesa dos Dadores apela, pois, “a todas as pessoas saudáveis que nos possam ajudar a ter este líquido precioso nos hospitais à espera dos doentes”.
A faixa entre os 25 e os 40 anos é muito preciosa, pois estes dadores “não aparecem em tanto número quanto o desejável”.