Depois de se tornar uma das vencedoras das legislativas francesas que aconteceram neste domingo, Marine Le Pen anunciou que irá deixar a liderança da União Nacional (UN) para se dedicar à liderança do grupo parlamentar do partido de extrema-direita.
Segundo resultados provisórios, a UN conquistou 89 lugares na Assembleia Nacional, ajudando a retirar a maioria absoluta ao partido de Emmanuel Macron, Renascimento, que ficou-se pelos 246 mandatos, enquanto a coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES), que junta socialistas, comunistas e ecologistas, liderada por Jean Luc-Melénchon, foi a grande surpresa da noite: conseguiu o segundo lugar nestas legislativas com 142 assentos e torna-se assim a principal força da oposição.
Em declarações esta segunda-feira em Hénin-Beaumont (Pas-de-Calais), onde foi eleita com 61% dos votos, Le Pen confirmou que não assumirá a liderança do seu partido, do qual é presidente desde 2011. “Não vou assumir a chefia da União Nacional. Vou concentrar-me em presidir este grupo muito grande”, que se assumiu “surpreendida” com a eleição de 89 assentos na Assembleia Nacional.
“Esperávamos ter 60 deputados nos nossos maiores sonhos”, disse.
Neste momento, o jovem Jordan Bardella, de 26 anos, é o líder interino do partido, depois de Le Pen ter anunciado a retirada da liderança no início da campanha para a presidência francesa, que perdeu para Emmanuel Macron, em abril.
É esperado agora um congresso da União Nacional no Outono para decidir o futuro da família política de extrema-direita, que ocupa agora 89 lugares da câmara baixa do parlamento francês.
União Nacional vai “exigir” a vice-presidência
Nas mesmas declarações, Le Pen anunciou ainda que o seu partido vai querer a vice-presidência da Assembleia Nacional e a presidência da Comissão de Finanças, considerando-se como “o primeiro partido da oposição” e ignorando o NUPES de Melénchon, que conquistou mais 53 lugares que o União Nacional.
Agora, é tempo de sentar à mesa “com todos os meios de um grupo de oposição permitidos pela Assembleia”, disse Le Pen. “Quisemos fazer de Emmanuel Macron um presidente minoritário, está feito.”
A líder do União Nacional anunciou ainda que o grupo parlamentar não será composto exclusivamente por elementos do partido e já anunciou nomes como Emmanuelle Ménard e Dupont-Aignan.