O Corpo Nacional de Escutas (CNE) vai ser o responsável pelo acolhimento, e "check in" de peregrinos e voluntários na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), durante a qual realizará também uma série de atividades paralelas.
“Seremos responsáveis pelo acolhimento e o ‘check in’ dos peregrinos e dos voluntários em Lisboa, mas também temos programadas uma série de atividades que nos propusemos organizar de forma paralela”, disse Raquel Kritinas, coordenadora pelo CNE da JMJ, à agência Lusa.
A responsável destacou o facto de o CNE, que este ano comemora o seu centenário, estar “empenhado na questão pastoral” e querer mostrar que a instituição “é não só um movimento de serviço, mas também têm uma componente pastoral e de evangelização”.
O envolvimento dos escuteiros na JMJ, que decorrerá em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, faz-se a vários níveis, segundo explicou a coordenadora, lembrando que o CNE está envolvido, através dos agrupamentos locais, “na preparação dos dias das dioceses, e no acolhimento nas paróquias”, fazendo parte dos Comité Organizador Diocesano (COD) e do Comité Organizador Paroquial (COP).
Raquel Kritinas referiu que o CNE “conta atualmente com cerca de 200 voluntários para os eventos centrais, número que vai aumentar até ao evento”, mas lembra que há muitos envolvidos no voluntariado relacionado com a JMJ nas paróquias e nas vigariarias”.
“A verdade é que seremos sempre muito mais do que os voluntários que estarão nos serviços centrais, porque também há escuteiros envolvidos noutras áreas, como por exemplo na saúde, e também nas equipas do Comité Organizador Local (COL), para as quais foram convidados de forma individual”, referiu.
Durante a JMJ, o CNE tem planeados vários eventos, entre os quais uma eucaristia para escuteiros, aberta a todos os escuteiros, quer estejam ou não a participar nos eventos centrais, que Raquel Kritinas anteviu como “um momento de comunhão e festa, que também marcará o centenário do movimento em Portugal”.
O CNE está também a preparar um campo dedicado aos escuteiros estrangeiros que vão deslocar-se a Lisboa, que estará instalado no Parque Nacional Escotista da Caparica (PNEC), propriedade da Associação de Escoteiros de Portugal (AEP), movimento aberto a todas as fés e crenças.
De acordo com Raquel Kritinas, “o CNE tem também prevista a realização de um jogo de cidade no qual pretende dar a conhecer a cidade de Lisboa e uma exposição interativa, e tem também a seu cargo uma capela, onde estará a Nossa Senhora, que pretende ser um local para a promissão da paz”.
“Ainda antes da JMJ, entre 27 e 31 de julho, teremos uma peregrinação que que trará a imagem da Virgem Peregrina de Fátima até Lisboa. O percurso ainda está a ser estudado, mas a partir de Vila Franca de Xira, virá por via marítima”, explicou.
O CNE, que tal como a AEP integra a Federação Escotista de Portugal, conta com 70.000 associados a nível nacional, entre os quais cerca de 22.000 com mais de 18 anos (cerca de 14.000 animadores adultos, e oito mil caminheiros).
Em Lisboa, as principais cerimónias da JMJ, que nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, terão lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.