O ministro das Finanças, João Leão, afirmou esta terça-feira que o investimento privado é essencial para cumprir as metas ambientais. Na conferência "Financiamento Sustentável: Novos Desenvolvimentos", onde também estiveram presentes os ministros da Economia e do Ambiente e da Transição Energética, João Leão vincou que sem a participação ativa das empresas, o país não conseguirá fazer a transição para uma economia sustentável:
"É claro que o dinheiro público não será suficiente para cumprir as necessidades de investimento, só o sector público pode providenciar a escala necessária para alcançar as metas ambientais. A distância entre o crescimento económico e as emissões de CO2 tem de ser quebrada e isto é impossível sem avultados investimentos e capital. Para isto, será essencial que investidores e empresas promovam atividades sustentáveis", salientou o ministro das Finanças.
Mas os privados não estão sozinhos. João Leão lembra que o recém-criado Banco de Fomento terá um papel essencial no financiamento desta nova era.
"Este banco tem um papel essencial na coordenação de diferentes fontes de financiamento, garantindo o acesso das empresas portuguesas, ao mesmo tempo que garante que este financiamento está alinhado com as políticas nacionais e compromissos ambientais, sociais e económicos O mandato verde é uma parte fundamental da missão do Banco de Fomento", disse Leão.
O ministro das Finanças reforçou ainda que as alterações climáticas e a economia sustentável são temas prioritários da Presidência portuguesa do Conselho Europeu. No entanto, neste momento há medidas já acordadas, que aguardam ainda pelo processo legislativo.
"O setor financeiro pode desempenhar um papel essencial na promoção de investimentos verdes"
Já o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse que os bancos não podem ignorar impacto dos investimentos no ambiente".
Matos Fernandes lembrou o objetivo comunitário de alcançar a neutralidade económica até 2050, e para isso é fundamental apostar na sustentabilidade, o que implica identificar os investimentos que respeitam estas metas.
"A transição para uma economia ambiental neutra, a proteção da biodiversidade e a promoção de fontes de energia renovável, têm o potencial para rapidamente aumentar o emprego e o crescimento e melhorar o modo de vida de todos os cidadãos, a nível mundial, contribuindo para construir sociedades mais resilientes. Por isso, o setor financeiro pode desempenhar um papel essencial na promoção de investimentos verdes, ao não ignorar que as projeções devem incluir o contributo dos projetos para combater ou piorar as alterações climáticas", afirmou o ministro.
O governo português já começou a trabalhar nesta economia de futuro. Matos Fernandes sublinha que 85% do financiamento do PRR destina-se a investimentos sustentáveis, como fontes de energia renováveis, mobilidade sustentável, gestão sustentável da floresta, bioeconomia ou planos de combate à seca.