O primeiro-ministro português advertiu hoje que a Rússia "não pode sequer sonhar" com uma agressão à NATO ou aos seus amigos, depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo ter afirmado que uma adesão da Finlândia à Aliança teria repercussões.
"A Rússia tem de compreender que, não só tem que parar a agressão militar contra a Ucrânia, como não pode sequer sonhar em ter qualquer ação agressiva relativamente a qualquer país da NATO, ou qualquer país amigo da NATO, como é o caso da Suécia e da Finlândia", vincou António Costa.
O primeiro-ministro falava numa conferência de imprensa no Ministério da Defesa, pouco depois de ter participado numa cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), que decorreu por videoconferência, e em que também participaram os líderes da Suécia e da Finlândia, centrada na invasão da Ucrânia pela Rússia.
Após o Ministério dos Negócios Estrangeiros russos ter publicado, na sua conta oficial da rede social Twitter, uma mensagem em que afirmava que "a adesão da Finlândia à NATO teria graves repercussões militares e políticas", António Costa salientou que "a Rússia tem de perceber que qualquer país que é independente, é livre na sua autodeterminação".
"Portanto, a Suécia e a Finlândia são Estados independentes, são repúblicas democráticas e são países que, com liberdade, podem decidir com quem participam, com quem não participam, de quem são aliados, de quem não são aliados", indicou.
António Costa afirmou que, apesar de a Suécia e a Finlândia não serem "parte integrante da NATO", são países "que decidiram estar junto com a NATO neste momento, numa afirmação muito clara de que a Rússia tem de compreender que não só tem que parar a agressão militar contra a Ucrânia", mas também abster-se de agressões contra países da Aliança.