O antigo Presidente da República enalteceu o papel de Jorge Sampaio na solidificação do regime democrático. Ramalho Eanes lembrou este sábado alguns dos momentos mais marcantes da vida e obra de Sampaio, que morreu na sexta-feira, aos 81 anos.
Numa declaração aos jornalistas, o antigo chefe de Estado confessou que recordará Sampaio como “um companheiro extremamente importante e inspirador na luta pela implantação da democracia em Portugal, que não foi fácil só foi possível depois de um período de larga transição”.
Defendeu que as homenagens não podem ficar pelas exéquias fúnebres e as declarações de pesar. É preciso dar continuidade ao seu trabalho no acolhimento dos refugiados de todas as origens, através da sociedade civil e instituições.
“É devida a Sampaio a homenagem que o país lhe presta.”
Ramalho Eanes lembrou ainda que enquanto presidente da Câmara de Lisboa, Jorge Sampaio “abriu o seu governo autárquico a uma certa pluralidade democrática”.
Revendo o “papel de relevo que teve na defesa” dos interesses do povo português, Eanes também não esqueceu a ação de Sampaio no processo de independência de Timor-Leste.
Mais tarde desempenhou com intensidade o seu trabalho com a ONU, nomeadamente contra a tuberculose. A plataforma global criada pelo antigo Presidente da República para capacitar estudantes sírios, em condição de refugiados, ajudando-os a formarem-se, é também mencionada por Eanes, que salienta a extensão do programa, mediante a circunstância afegã, a estudantes oriundos desse país.