Barack Obama alerta o mundo para perigo das “políticas do homem forte”. O antigo presidente norte-americano falou um dia depois da cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin.
“Olhem à vossa volta. As políticas do homem forte estão a crescer subitamente. As eleições e a pretensão de democracia são mantidas, na sua forma, mas quem está no poder procura minar as instituições e normas que dão significado à democracia”, disse Obama na África do Sul, num evento que assinalou o centenário do nascimento de Nelson Mandela.
O antecessor de Donald Trump considera que os tempos atuais são “estranhos e incertos” e todos os dias há “notícias perturbadoras”.
Sem nunca referir o nome de Trump, disse que os políticos que abraçam “a política do medo, ressentimento e de trincheira” estão a desvalorizar o sistema internacional que garantiu a paz desde a II Guerra Mundial.
Obama alerta para o crescimento do nacionalismo, da xenofobia e discriminação nos Estados Unidos e no resto do mundo e defende a democracia, a diversidade e a ordem internacional liberal.
O discurso de Obama acontece um dia depois da cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que decorreu em Helsínquia.
O “The New York Times” considera que este é a intervenção mais importante de Barack Obama desde que deixou a Casa Branca.
Trump tem sido duramente criticado, inclusivamente por destacados elementos do seu Partido Republicano, pela forma benevolente como aceitou as explicações de Putin sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.
Arnold Schwarzenegger, o conhecido ator e ex-governador da Califórnia, interpelou Trump através de um vídeo, pleno de sentimento, publicado nas redes sociais.
A conferência de imprensa com o Presidente Putin foi um momento “embaraçoso”, em que Trump “vendeu os nossos serviços secretos, o nosso sistema de justiça e, pior que tudo, o nosso país”, acusa Schwarzenegger.
“É o Presidente dos EUA, não devia fazer isso. O que é feito das palavras fortes de Ronald Reagan que foi ao Muro de Berlim dizer: ‘Sr. Gorbatchov, deite este muro abaixo”, pergunta o antigo governador.