O secretário-geral do PS considera que sobre o processo de Tancos "é tempo de ouvir a defesa" e depois deixar os tribunais decidirem e convidou o presidente do PSD a "voltar à campanha eleitoral", respondendo aos portugueses.
"Agora já conhecemos a acusação, é tempo de ouvir a defesa e depois deixar os tribunais decidirem. É assim que se respeita o Estado de direito e agora é o tempo da justiça", declarou António Costa no final da tradicional ação de rua do PS na baixa portuense.
Perante os jornalistas, o líder socialista retomou críticas ao líder social-democrata a deixou-lhe um desafio.
"Quanto ao doutor Rui Rio, já lhe disse ontem o que tinha a dizer. Quanto ao mais, convido o doutor Rui Rio a voltar à campanha eleitoral, respondendo aos portugueses sobre o que é que ele pretende fazer nos próximos quatro anos", afirmou.
Nas suas declarações, tal como aconteceu na quinta-feira, António Costa não falou sobre o teor da acusação ao seu ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes no processo referente ao roubo de armas na base militar de Tancos.
"Sobre esse assunto já disse tudo o que tinha a dizer há vários meses atrás, quando respondi a todas as perguntas que os senhores deputados me quiseram fazer na comissão parlamentar de inquérito e já disse tudo o que tinha a dizer ao doutor Rui Rio ontem", declarou.
Na mesma linha de separação entre justiça e eleições legislativas, António Costa defendeu que o "tempo da política é o tempo de se dizer aos portugueses o que é cada um pretende fazer nos próximos quatro anos".
"Cada um faz o seu trabalho, a justiça trata da justiça e os políticos tratam da política. E o que os portugueses querem saber é como é que nós vamos poder manter um ritmo de crescimento económico, continuar a criar emprego", alegou.
O secretário-geral do PS invocou a sua condição de jurista para se recusar a fazer qualquer comentário sobre o processo de Tancos.
"O que está na ordem do dia dos tribunais - e como eu, na minha vida de jurista, não optei pela magistratura -, não me compete a mim fazer julgamentos. Quanto às perguntas que têm a fazer, não há nenhuma nova relativamente a todas aquelas que foram feitas e a que eu já respondi por escrito há muitos meses à comissão parlamentar de inquérito, que tirou uma conclusão inequívoca e a todas as perguntas que eventualmente a justiça quisesse fazer e que não fez", disse, numa alusão a rumores sobre o seu eventual conhecimento da forma como foram recuperadas as armas furtadas em Tancos.