A vigília dedicada aos jovens, no Campo Diocesano de Soamandrakizay, em Madagáscar, começou em ambiente de festa, com música e dança. Na sua intervenção, Francisco desafiou-os a não se deixarem encantar por alegrias fáceis e vozes que os querem anestesiar.
Segundo o Papa, podemos extraviar-nos correndo atrás de ilusões que prometem uma “alegria rápida, fácil e imediata”, mas que nos deixam o coração e a alma a meio caminho. “Estas ilusões que nos seduzem, quando somos jovens, com promessas que nos anestesiam, tiram-nos a vitalidade, a alegria, tornam-nos dependentes e fecham-nos num círculo aparentemente sem saída e cheio de amargura. Uma amargura que vos faz exclamar: «É assim! Nada pode mudar e ninguém pode fazer nada por nós».”
Francisco reconhece que as dificuldades do dia a dia são muitas: quando as oportunidades de estudar são escassas; falta trabalho; há precariedade e injustiças sociais. Mas pede aos jovens para não desistirem.
“O Senhor é o primeiro a dizer: Não! Este não é o caminho. O Senhor chama-nos pelo nosso nome e diz-nos: «segue-Me!» Não para nos fazer correr atrás de ilusões, mas para transformar cada um de nós em discípulo-missionário aqui e agora”, afirmou.
O Papa convidou os jovens a refutar as vozes que os querem domesticar, anestesiar ou reduzir ao silêncio. “Com Jesus, há sempre novos horizontes. Ele quer transformar-nos a todos e fazer da nossa vida uma missão. Mas pede para não termos medo de meter as mãos na massa.”
Aos jovens pediu coragem para vencerem a apatia e enfrentarem os problemas. “Através de vós, entra o futuro em Madagáscar e na Igreja. O Senhor é o primeiro a ter confiança em vós; e convida-vos também a terdes confiança em vós mesmos, nas vossas aptidões e capacidades.”
“É o Senhor que vos convida a ser os construtores do futuro, contribuindo para ele como só vós podeis fazer com a alegria e o frescor da vossa fé”, sublinha.
Quase a terminar, o Papa pediu aos jovens para não serem aventureiros solitários. “Sozinhos podemos fazer grandes coisas, sim; mas juntos podemos sonhar e comprometer-nos com coisas inimagináveis.”
Esta deslocação acontece 30 anos depois da passagem de São João Paulo II pela ilha. Em Madagáscar, um dos países mais pobres do mundo, a maioria da população (75%) vive com menos de dois euros por dia.
A quarta viagem do Papa a África passa ainda pela Maurícia, na segunda-feira.