A União Europeia alterou a proposta de embargo ao petróleo russo, estendendo o período em que a medida fica em vigor para três países: Hungria, Eslováquia e República Checa, que poderão continuar a fazê-lo até 2024.
A alteração foi indicada por duas fontes da UE à Reuters, que indicam que foram dados mais dois anos e meio a Hungria e Eslováquia para cortar com o petróleo russo, enquanto a República Checa terá de deixar Moscovo como fornecedor energético a junho de 2024, tendo de garantir que não recebem petróleo através de outra fonte no sul da Europa.
O embargo ao petróleo russo foi anunciado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que garantiu que o corte seria feito de “maneira ordenada”, por fases, propondo o fim do fornecimento de Moscovo de crude em seis meses e de produtos refinados até ao final de ano.
Na altura, a UE já tinha sinalizado que estas seriam medidas transitórias para alguns dos países mais dependentes do petróleo russo, tendo em conta a dificuldade em encontrar alternativas, autorizando Hungria e Eslováquia a cortar o petróleo russo até ao final de dezembro de 2023. O prazo aumenta agora um ano.
A Eslováquia pedia que o embargo só se concretizasse no final de 2025, enquanto o presidente húngaro, Viktor Orban, comparou a medida a “deixar cair a bomba atómica” sobre a economia da Hungria, em declarações à rádio estatal.
“Sabemos perfeitamente o que precisamos: cinco anos para que todo este processo seja completado. Um ano ou um ano e meio não é suficiente para nada”, disse.
Esta sexta-feira, em conferência organizada pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, a governante europeia diz-se confiante de que o bloco aprovará o pacote de sanções contra a Rússia, que precisa de receber votos a favor de todos os Estados-membros.
"Estou confiante de que conseguiremos pôr este pacote no bom caminho - se demorar mais um dia, demorará mais um dia - mas estamos a avançar na direção certa", disse, citada pela Reuters.