​Autarcas portugueses entre os que reclamam mais influência no futuro da União Europeia
11-10-2022 - 20:35
 • Ana Carrilho, enviada especial a Bruxelas

Economia mais forte, justiça social e emprego são os principais temas em que as regiões e cidades deviam ter maior influência. Esta é a opinião de mais de três quartos dos autarcas portugueses, bem acima da média europeia.

Mais de 90% dos eleitos para as autarquias e regiões portuguesas "concordam plenamente ou tendem a concordar" que as regiões e cidades têm de ter mais influência no futuro da Europa, segundo um barómetro divulgado esta terça-feira em Bruxelas, no âmbito da Semana Europeia das Regiões

Assegurar um debate sobre o tema a nível regional e local é a melhor solução para 70% dos inquiridos, mas dois terços pensam que isso pode ser conseguido com a criação de assembleias permanentes de cidadãos para incentivar o debate e aproximar mais as pessoas das questões europeias.

Economia mais forte, justiça social e emprego são os principais temas em que as regiões e cidades deviam ter maior influência. Esta é a opinião de mais de três quartos dos autarcas portugueses, bem acima da média europeia.

Segue-se a crise climática e ambiental, a educação, cultura, juventude e desporto e também a saúde. Valores e direitos, migração e democracia europeia completam o leque de temas que os eleitos nacionais consideram que devem ser discutidos.

Quanto aos objetivos de financiamento das regiões, apesar do impacto que o aumento dos preços da energia tem no bolso dos portugueses, só 37% dos autarcas considera que o dinheiro de Bruxelas deveria servir para mitigar a oscilação dos preços da energia, bem menos do que os 48% da média europeia.

A prioridade referida por quase metade dos responsáveis públicos locais e regionais portugueses vai para a mitigação do impacto da crise climática. E sem descurar também a transição ecológica e o investimento em instalações de transportes modernos.

Cidades e regiões europeias reafirmam apoio à Ucrânia

Sobre a guerra na Ucrânia e o apoio aos refugiados, também devido à distância a que o país se encontra, quase 70% dos eleitos nacionais refere o envio de ajuda à populações, bem acima da média europeia. Ainda assim, é praticamente a mesma percentagem (67%) dos que revelaram ter recebido refugiados.

O Barómetro Regional e Local foi apresentado em conjunto na sessão plenária do Comité das Regiões, que decorreu no âmbito da Semana Europeia das Regiões e Cidades, a decorrer até quinta-feira, em Bruxelas.

Uma sessão em que o Comité, pela voz do presidente Vasco Cordeiro e outros membros, condenou a intensificação dos ataques russos contra populações civis na Ucrânia e reafirmou o apoio à reconstrução do país.

O plenário aprovou um conjunto de recomendações para garantir que as cidades e regiões da União Europeia vão estar efetiva e profundamente envolvidas na reconstrução. Mas é preciso garantir que esse processo de reconstrução também acelera a transição da Ucrânia para uma economia mais verde e sustentável.

Na Ucrânia, apesar dos ataques a que várias cidades têm sido sujeitas pelas tropas russas, já só se pensa no pós-guerra: em retomar a vida normal, na reconstrução e ter um país mais moderno. Essa foi a garantia deixada esta manhã pela presidente da Câmara de Bucha que participou via zoom num workshop em sobre o apoio das regiões e cidades aos refugiados ucranianos.