Inconformado com a arbitragem de João Pinho na derrota (4-1) do Farense no terreno do Feirense, João Rodrigues, presidente da SAD algarvia, expôs, esta quarta-feira, por telefone, a Pedro Proença e Fernando Gomes as queixas reveladas no comunicado emitido após o encontro no Estádio Marcolino Castro, na Feira.
Nesse comunicado, o Farense considera “inqualificável” o trabalho do árbitro João Pinho, da AF Aveiro, a quem acusa de ter procurado intimidar os seus jogadores e equipa técnica durante todo o encontro. Quanto às decisões do árbitro, em causa estão, entre outros lances, um penálti, alegadamente mal assinalado contra o Farense, e outro, a favor, que terá ficado por marcar.
Neste contexto, o Farense - que há ano e meio se vem queixando de sucessivos erros de arbitragem - defende a rápida introdução do videoárbitro na II Liga. João Rodrigues, em declarações a Bola Branca, diz acreditar que os presidentes da Liga Portugal, Pedro Proença, e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, ficaram atentos e sensíveis ao tema.
“Acho que sim”, declara, complementando que “é inevitável que, o mais breve possível, esse instrumento seja colocado à disposição dos árbitros e dos clubes intervenientes para minorar esses erros”.
Numa referência explícita à arbitragem de João Pinho, no jogo entre Feirense e Farense, João Rodrigues assinala que “o árbitro - um jovem - infelizmente, com o acumular dos erros, foi claramente perdendo o controlo emocional e o controlo do jogo; se tivesse sido ajudado pelo VAR com um árbitro experiente durante o jogo, provavelmente teria evitado esses erros clamorosos e evidentes; possivelmente teria feito uma arbitragem normal que é o que se pede em todos os casos”, declara.
O VAR na II Liga portuguesa de futebol não será um sistema barato, implicando novas tecnologias nos estádios e mais árbitros em ação. Na época de testes na I Liga (2017/18), a FPF suportou custos na ordem dos 900 mil euros e, no ano seguinte, a despesa total com arbitragem disparou para valores acimas dos 6 milhões de euros.
O presidente do Farense, João Rodrigues, advoga, porém, que mais caro do que suportar as despesas do VAR é aguentar com os custos gerados pelas ofensas à verdade desportiva, em consequência de arbitragens como a do jogo na Feira.
“Nesta altura, para bem do futebol português e para o bem maior da nossa imagem e da indústria do futebol, o investimento no VAR tem de ser muito bem ponderado, comparativamente com os prejuízos e danos provocados com este tipo de situações, que têm muito mais custos do que a implementação do VAR”, remata o dirigente do emblema algarvio.
O Farense, depois da derrota com o Feirense (4-1) em jogo da 21ª jornada, ocupa o 15.º lugar da II Liga.