Em plena viagem papal, Governo birmanês anuncia congresso de minorias étnicas
28-11-2017 - 14:11

A minoria mais conhecida no país, neste momento, são os rohingya, mas o Myanmar é composto por uma enorme variedade de grupos, muitos dos quais se queixam de discriminação.

O Governo do Myanmar anunciou esta terça-feira a realização de um congresso das minorias étnicas, que terá como objectivo abordar e tentar resolver algumas das reivindicações das várias etnias que existem no país.

A conferência, a terceira do seu género, terá lugar no final de Janeiro, mas foi anunciado precisamente no dia em que o Papa Francisco, em discurso às autoridades políticas do país, pediu respeito pela diversidade étnica, religiosa e cultural do país.

As palavras do Papa foram lidas à luz do actual conflito no estado de Rakhine, onde centenas de milhares de membros da minoria muçulmana, que se autodenomina rohingya, se viram obrigados a procurar refúgio no vizinho Bangladesh, por entre acusações de limpeza étnica e com organizações internacionais, como a Amnistia Internacional, a acusar o Governo de impor um regime apartheid na região.

Mas para além do conflito no Rakhine, há mais de uma dúzia de organizações que lutam contra o regime em nome da libertação ou de mais direitos para os seus povos. Nalguns casos os conflitos duram há mais de 60 anos e são causa de grande pobreza nas respectivas regiões.

Apesar das várias acusações de discriminação, o líder das Forças Armadas disse ao Papa Francisco na segunda-feira, quando se encontraram, que não existe discriminação religiosa e étnica no país.

O anúncio da conferência tem sido bem acolhida por grupos minoritários no Myanmar e pela comunidade internacional e poderá ser um efeito positivo da visita do Papa ao país.