O presidente da Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social (CNIS), padre Lino Maia, defende criação da figura do provedor do utente, "alguém especialmente atento" à situação das crianças e das pessoas com deficiência.
Em declarações à Renascença, Lino Maia onsidera vantajoso "haver alguém especialmente destacado para a missão de acautelar eventuais irregularidades".
"As instituições de solidariedade, da Igreja ou não, devem concordar que nunca será despropositado que, em cada uma delas, haja um provedor do utente”, embora “teoricamente, e na prática, os dirigentes já o são, mas haver um especialmente destacado para essa missão específica talvez acautele contra eventuais irregularidades”.
"Haverá todas as vantagens em que haja uma pessoa mesmo com essa missão, ser o provedor do utente, os ouvidos das situações e o orientador de soluções. Penso particularmente nas instituições para crianças, para pessoas idosas, para pessoas com deficiência. É importante que alguém esteja especialmente atento a essas pessoas e a esses utentes que têm que ser respeitados e cuja dignidade tem de ser sempre salvaguardada", insiste o sacerdote
Lino Maia afirma ser "indesculpável e imperdoável que haja um abuso" na Igreja e considera “importante que a hierarquia- encare esta situação”.
Para o presidente da CNIS, este “é um momento de uma certa regeneração, de uma certa conversão, e pode ser também um momento bom para que de hora avante não haja de facto casos como estes que têm sido divulgados”.
“Nós, agentes pastorais, temos que procurar ser exemplares. As pessoas talvez olhem mais para aquilo que nós somos do que para aquilo que dizemos. Por isso, é importante que procuremos ser exemplares”, reforça.