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É tanta a incerteza sobre a reabertura da escola no próximo mês que o diretor da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, coloca várias questões: a primeira começa logo pela desinfeção das escolas.
João Pires não percebe porque é que o Governo vai desinfetar escolas que estão fechadas há mais de 40 dias. “As salas estão todas fechadas, tivemos salas seladas, não esteve lá ninguém. Que sentido faz fazer a desinfeção nesta altura, e depois dos alunos regressarem à escola?”, questiona o diretor da Secundária de Camões.
Mas por estes dias surgem outras preocupações. O Governo admitiu reabrir as aulas presenciais para alunos do 11º e 12º anos, em apenas 22 disciplinas que vão a exame.
No caso desta escola, são 700 alunos. O diretor diz à Renascença que “a escola está em obras, está a funcionar com monoblocos, e precisamos no mínimo de 50 salas de aula, mas não sabemos ainda quantos alunos podem estar em cada uma”, desabafa João Pires, que levou para casa todos os horários para tentar encontrar uma solução.
Mas há ainda outras questões a ter em conta, se uma sala só leva 10 alunos, é preciso desdobrar as turmas, arranjar professores que não vão ser os mesmos que acompanharam os alunos desde o início do ano letivo.
“As escolas tiveram de se adaptar rapidamente ao ensino à distância e, agora que estávamos a funcionar em pleno, vamos ter de alterar as regras?”, atira o diretor da Escola Secundária de Camões em Lisboa.
João Pires coloca ainda outro problema, a Escola Secundária de Camões tem 45 professores com mais de 60 anos de idade, que integram o grupo de risco. E tem alunos que moram muito longe, em Alenquer, Azambuja ou Vila Franca de Xira que se deslocam para a escola nos transportes públicos, e que “estão apreensivos com a viagem”.
Conselho pedagógico exige cancelamento dos exames
O conselho pedagógico da escola decidiu tomar uma posição contra os exames e pediu ao Ministério da Educação para cancelar as provas que servem unicamente para acesso ao Ensino Superior.
Também quanto aos exames, João Pires levanta vários problemas: “o Governo anunciou alterações nos exames, mas um mês depois ainda não sabemos o que vai mudar. Como é que os professores vão preparar os alunos sem saberem como vai ser o exame?”, pergunta.
O diretor da Escola Secundária de Camões não percebe esta insistência no exame, “parece que primeiro está a saúde pública, depois a economia e em terceiro o exame de acesso ao superior, parece que primeiro está a saúde pública, depois a economia e em terceiro o exame de acesso ao superior”.
João Pires pede, por isso, que se encontre uma alternativa de acesso à universidade. “Todos os alunos já têm dois exames, encontrem uma forma que possa permitir, que com tranquilidade, os alunos possam entrar na universidade”, apela João Pires.