A China anunciou esta terça-feira "exercícios conjuntos de fogo real" no lado chinês da fronteira com o Myanmar (antiga Birmânia), para "testar a mobilidade e a capacidade de ataque conjunto" das suas tropas.
O porta-voz do Comando do Teatro do Sul do Exército de Libertação Popular (PLA), Tian Junli, declarou em comunicado que os exercícios anuais vão organizar as forças terrestres e aéreas para testar as suas capacidades de incapacitação, bloqueio e ataque conjunto.
"As tropas do Comando do Teatro do Sul do PLA estão sempre prontas para lidar com várias emergências e salvaguardar resolutamente a soberania nacional e a estabilidade das fronteiras, bem como a segurança das vidas e propriedades das pessoas", disse o porta-voz.
A China e o Myanmar partilham uma fronteira de 2.129 quilómetros e, embora Pequim tenha aumentado a sua influência após o golpe de Estado que pôs fim a uma década de transição democrática no país vizinho, a sua relação com a junta militar é complexa, uma vez que alguns rebeldes têm uma longa história de alianças étnica, económica e militar com a segunda maior economia do mundo.
A junta militar está no poder desde o golpe de Estado de 1 fevereiro de 2021, que depôs o governo da líder pró-democracia e prémio Nobel da Paz em 1991 Aung San Suu Kyi.
No ano passado, três navios da marinha chinesa participaram também em exercícios navais conjuntos, numa altura em que a insegurança fronteiriça entre os dois países tem vindo a aumentar e a suscitar preocupações em Pequim.