O Presidente chinês, Xi Jinping, destacou hoje a responsabilidade dos países mais ricos no combate às mudanças climáticas, defendendo mais apoio aos países em desenvolvimento.
A observação, citada pela agência de notícias chinesa Xinhua, é feita numa declaração escrita submetida à 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), em Glasgow, da qual está ausente.
Na mesma declaração, o Presidente disse que a China pretende dar prioridade a uma "economia verde", com grande investimento em energia solar e eólica, mas sem adiantar detalhes.
"Vamos promover um sistema económico verde, de baixo carbono e circular a um ritmo mais rápido, avançar com o ajuste da estrutura industrial e controlar o desenvolvimento irracional de projetos de uso intensivo de energia e emissões elevadas", afirmou.
Xi revelou pretender publicar planos de implementação específicos com calendários mais precisos para áreas-chave como a energia, indústria, construção e transporte, e para setores-chave como o carvão, eletricidade, ferro e aço e cimento, bem como medidas de apoio em termos de ciência e tecnologia, captura de carbono e incentivos fiscais e financeiros.
A China tem como meta atingir o pico das emissões de gases com efeito de estufa em 2030 e a neutralidade carbónica em 2060, 10 anos mais tarde do que a maioria das grandes economias mundiais. .
Na declaração, citada pela Xinhua, o chefe de Estado chinês apela ainda a todos os países para tomarem "ações mais firmes", defendendo um consenso multilateral, uma aposta em ações concretas e a aceleração da transição verde.
"Quando se trata de desafios globais como as mudanças climáticas, o multilateralismo é a receita certa", vincou.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.