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Especialistas nacionais concordam que atingir a imunidade de grupo da Covid-19 "é algo difícil".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que não existe um "número mágico" para a imunidade de grupo.
Quem está de acordo é a presidente da Sociedade Portuguesa de Imunologia, ouvida pela Renascença.
"É algo difícil de alcançar, porque o processo de cálculo da imunidade de grupo é baseado em premissas que não são cumpridas na realidade", afirma Margarida Saraiva.
"70%, 80% e 90% é sempre um bocadinho irreal e pode ser baseado em cálculos que podem não se verificar", explica.
Por isso, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Imunologia, o mais importante é que "o máximo número de indivíduos seja vacinado para prevenir doença grave e fatalidades".
Margarida Saraiva concorda que, a médio-longo prazo, a Covid-19 será uma doença endémica.
"Será como uma constipação ou gripe. Podemos não necessitar de vacinação todos os anos", considera.
Um pouco diferente é a opinião do infecciologista Jaime Nina, que diz que tornar a Covid-19 uma doença endémica em poucos meses é uma visão otimista.
"É uma visão demasiado otimista. Endémica significa que as pessoas infetadas seriam quem ainda não tinha sido vacinadas. Se continuar a aparecer variantes, é uma hipótese termos de vacinar todos os anos", explica, à Renascença.
O infecciologista reconhece ainda que há um interesse das empresas farmacêuticas em continuar a vender vacinas, mas "é por isso mesmo que existem entidades reguladoras".
"Confirmam se aquilo que a indústria é verdade ou não e controlam a atividade da indústria, incluindo a publicidade", aponta.