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"Não estou desanimado". A três dias das eleições, o secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos, respondeu assim à pergunta de uma jornalista sobre o que aí vem, após as eleições legislativas de domingo.
E foi só esta quinta-feira que o líder do Partido Socialista, "neto de sapateiro e filho de empresário" como se definiu, começou a lançar a mensagem sobre a "maioria invisível".
Resta saber se Pedro Nuno Santos vai a tempo de agitar esse eleitorado que, em 2022, não aparecia nas sondagens e deu a maioria absoluta ao PS. São os indecisos e os falsos indecisos, os que "não aparecem nas televisões, nem nas redes sociais".
A segunda semana de campanha mostrou um PS mais musculado, com os pesos pesados a aparecerem. Desde logo António Costa, o primeiro-ministro cessante que, ao intervir no pavilhão Rosa Mota, no Porto, deu um impulso à caravana, embora ofuscando em certa medida a intervenção de Pedro Nuno Santos.
Foram duas semanas de campanha em que Pedro Nuno Santos deu oxigénio a si próprio, apesar das sondagens, com o líder socialista a ver o copo meio cheio dos estudos de opinião, que mostram que a esquerda unida é maior do que a Aliança Democrática (AD) e a Iniciativa Liberal (UL) juntas, excluindo o Chega da equação.
A campanha socialista foi, entretanto, marcada pela dramatização do que a direita pode fazer se chegar ao poder.
Pedro Nuno Santos carregou muito na possibilidade de corte de salários e de pensões com esta nova AD, acenando com o Governo de Pedro Passos Coelho durante a troika.
O desbaratar de todo um património que o PS considera que deixou ao fim de oito anos no poder - o aumento do salário mínimo nacional, o aumento de pensões, por exemplo - é o fantasma com que a caravana socialista acenou ao longo das duas semanas. A questão é até que ponto é que isto chega para convencer os indecisos e a "maioria invisível".