Foi com pedidos de "respeito" que os ministros foram recebidos esta quinta-feira na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve em Faro.
Dezenas de manifestantes fizeram-se ouvir antes e durante o Conselho de Ministros que decorria no interior das instalações da CCDR. Professores e trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira pediam melhores condições de trabalho, mas foram afastados pela polícia, que os colocou a quase meio quilómetro de distância.
"Não estamos à porta porque não nos permitiram. Estamos aqui presas atrás destas grades. Exigimos respeito e queremos ser ouvidos. Esta iniciativa chama-se 'Governo +Próximo' e eu questiono: próximo de quem?"
Cátia Cardoso era uma das professoras que marcava presença no protesto, que juntou também os trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira.
Ana Gamboa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, mostrou a sua preocupação. "A Autoridade Tributária e Aduaneira está completamente desorganizada e os trabalhadores estão sobrecarregados e exaustos", lamentou.
Questionada sobre o facto de os manifestantes terem sido afastados, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, esclareceu:
"O Governo trabalha sempre em total respeito pelo direito à greve e o direito à manifestação. Não toma nenhuma decisão quanto a distâncias e organização do espaço público nesta matéria e não tomou."
Esta não foi a única manifestação que aconteceu na visita dos ministros ao Algarve no âmbito da iniciativa "Governo + Próximo". A ministra da Presidência explica como é que o Governo encara esta recente tensão social.
"O Governo, desde a primeira hora, procurou tanto em concertação social como por exemplo com os sindicatos da administração pública ter sempre um diálogo social com os trabalhadores e isso acontece na área da saúde e da educação", afirmou Mariana Vieira da Silva.
Os ministros regressam a Lisboa, mas no Algarve fica a garantia de que os manifestantes vão continuar a fazer-se ouvir.