O líder do PSD, Rui Rio, assegura que “só no limite” não apoiará a manutenção do estado de emergência enquanto durar a pandemia, e acusou o PCP de prepotência por manter o seu Congresso nas atuais condições sanitárias.
Em entrevista à TVI na quarta-feira à noite, o líder do PSD foi questionado se impediria a realização do Congresso do PCP - que se realizará entre 27 e 29 de novembro, em Loures - caso fosse primeiro-ministro.
“Obviamente (…) o Governo está a dizer que as regras são iguais para todos, menos para o PCP. Isto pode levar a uma coisa muito perigosa que é as pessoas perderem o respeito ao Governo”, alertou, considerando que será “um tiro no pé” a realização deste congresso.
O regime legal do estado de sítio e do estado de emergência estabelece que "as reuniões dos órgãos estatutários dos partidos políticos, sindicatos e associações profissionais não serão em caso algum proibidas, dissolvidas ou submetidas a autorização prévia".
Rui Rio sublinhou que o PSD/Madeira adiou o seu Congresso, que o PSD nacional pretendia realizar um congresso de revisão estatutária, mas agora “nem pensa nisso”, e que até o PS tem a realização do seu Congresso suspensa, ainda sem data.
“O PCP é prepotente, numa atitude de faço e faço mesmo. Quem tem de arbitrar isto é o Governo e o Presidente da República”, afirmou.
Já questionado se o PSD, que até agora votou a favor de todas as autorizações para decretar ou renovar o estado de emergência, terá a mesma atitude até ao final da pandemia de covid-19, Rio disse que não passará “um cheque branco”, mas salientou que o estado de emergência é “um quadro legal” e não contempla medidas concretas.
“Essas condições só no limite é que não vou dar ao Governo para combater a pandemia”, assegurou.
Rio voltou a criticar a atuação do Governo na preparação do Governo para a segunda vaga da pandemia, questionando “porque não negociou mais cedo com os privados ou o setor social”, mas recusou pedir a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido.
“O primeiro-ministro é que sabe se mete ou tira ministros, é o responsável número um do Governo”, disse.
Na mesma linha, o líder do PSD disse fazer uma “avaliação negativa” da Direção Geral da Saúde, mas recusou personalizar as críticas na diretora-geral Graça Freitas.
Portugal contabiliza pelo menos 3.632 mortos associados à covid-19 em 236.015 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).