O curso 138.º foi suspenso a 10 de setembro após dois instruendos terem sido hospitalizados e um deles submetido a um transplante de fígado. O Grupo de trabalho está a ultimar a revisão do Referencial dos Cursos de Comandos e espera-se para esta semana a ordem de reinício.
“Cabe ao General Chefe do Estado-Maior do Exército (General José Nunes da Fonseca), reunidas as condições julgadas adequadas, determinar o fim da interrupção do 138.º Curso. Espera-se que o trabalho de avaliação seja muito brevemente concluído e que a ordem para o reinício do Curso seja difundida esta semana”, é o que esclarece à Renascença o gabinete do Chefe de Estado Maior do Exército.
“O Exército conta que todos os formandos em curso à data da sua interrupção retomem a sua frequência, à exceção do militar que foi sujeito a transplante hepático, por não ter condições médicas para o efeito.”
Foi constituído um Grupo de Trabalho multidisciplinar, coordenado por um Oficial Superior da Inspeção-Geral do Exército e composto por Oficiais Superiores, de diferentes âmbitos de expertise, oriundos das áreas operacional, formação militar, saúde militar e psicologia militar que estará a terminar o seu trabalho.
Agora, aguardam-se conclusões sobre o formato atual do curso e propostas para o melhorar, pretendendo-se que seja uma “formação que adote um carácter mais evolutivo, com uma fase preparatória e adaptativa, definição das ações de controlo médico, físico e psicológico a executar, antes, durante e após a frequência do Curso de Comandos, necessárias para garantir a continuada aptidão dos formandos”, explicou o Exército.
Na passada quarta-feira foram divulgadas as conclusões das averiguações e inspeção técnica extraordinária aos acontecimentos do 138.º curso de comandos. Apurou-se “que o apoio médico-sanitário foi realizado adequadamente, de forma oportuna e conforme às situações enfrentadas; os fatores que levaram aos acontecimentos ocorridos tiveram origem no cansaço acumulado pelos formandos, agravado pela falta de preparação física”, por isso, “as conclusões determinaram a instauração de Processo Disciplinar a três militares, dada a existência de indícios de infração disciplinar, por eventual violação dos deveres de obediência, zelo e responsabilidade, previstos no Regulamento de Disciplina Militar; relativamente à Inspeção Técnica Extraordinária, concluiu-se existir a necessidade de analisar e rever alguns dos normativos relativos ao Curso de Comandos, determinou a constituição de um Grupo de Trabalho, com a incumbência de propor uma revisão do Referencial do Curso”.
Os processos disciplinares em curso encontram-se na fase de instrução, estando os militares sujeitos a penas previstas no âmbito do Regulamento de Disciplina Militar, que podem ir da repreensão, à proibição de saída e à suspensão de serviço e por fim prisão disciplinar.