O Departamento de Segurança Interna divulgou as novas directivas para a expulsão de imigrantes ilegais. Quase todos os 11 milhões de indocumentados que residem nos Estados Unidos podem ser deportados.
Em duas directivas, o secretário da Segurança Interna, John Kelly, ordena que os agentes dos serviços aduaneiros e de imigração norte-americanos expulsem o mais rapidamente possível todos os imigrantes ilegais que encontrem durante o exercício das suas funções.
A administração liderada pelo Presidente Donald Trump define sete níveis de prioridade para a deportação de imigrantes sem documentos.
O primeiro nível da lista abrange os imigrantes ilegais condenados por delitos ou por crimes. A lista segue com aqueles que são acusados de crimes.
Mas também abrange aqueles que tenham "abusado" de benefícios públicos.
A administração Trump deixa igualmente ao critério dos funcionários dos serviços aduaneiros e de imigração a avaliação do potencial perigo que pode representar um imigrante ilegal para a ordem pública ou para a segurança nacional.
"Com muito poucas excepções, o Departamento não irá isentar nenhuma classe ou categoria" de estrangeiros indocumentados, frisou a administração norte-americana.
"Todos aqueles que tenham violado as leis de imigração podem ser alvo de processos até e incluindo a expulsão dos Estados Unidos", salientou o executivo.
Estas medidas representam uma mudança significativa em comparação com as directivas da anterior administração do Presidente Barack Obama, que não previam deportações com base em violações menores da lei, como conduzir sem carta de condução ou ter uma luz do carro avariada.
As novas directivas mantêm, no entanto, a protecção concedida por Barack Obama desde 2012 aos menores sem documentos que chegam ao território norte-americano, medida também conhecida como o programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) que evitou, até à data, a deportação de 750 mil jovens indocumentados.
Em Novembro de 2014, Obama decidiu estender o programa DACA a todos aqueles que chegassem aos Estados Unidos antes de fazer 16 anos e anteriormente a 1 de Janeiro de 2010, independentemente da sua actual idade.
Outra das medidas também assinadas esta quarta-feira por Kelly é a contratação de 10 mil novos agentes para o Serviço de Imigração e Controlo Aduaneiro e cinco mil novos funcionários para o Gabinete Aduaneiro e Fronteiras.
"O aumento da imigração ilegal na fronteira sul [com o México] sobrecarregou as agências e os recursos federais e criou uma significativa vulnerabilidade na segurança nacional dos Estados Unidos", destacou a directiva.
No seguimento do decreto presidencial assinado a 25 de Janeiro, o secretário da Segurança Interna também deu luz verde para iniciar os trabalhos para a construção do muro prometido por Trump durante a campanha eleitoral na fronteira entre os Estados Unidos e o México.