A rede social Twitter anunciou medidas contra publicações de responsáveis políticos que violem as suas regras, como, por exemplo de incitação à violência, mas não as eliminará.
Os tweets em causa serão precedidos de uma mensagem explicando que vão contra as regras da rede social, mas serão difundidos na mesma "no interesse do grande público", explicou o Twitter numa publicação de blogue.
"Participar no debate público inclui fornecer a possibilidade a cada um de falar de assuntos que lhe interessam, isso pode ser particularmente importante quando se trata de responsáveis governamentais e políticos", justificou a tecnológica sediada em São Francisco.
A rede social argumenta que "em razão da sua posição, esses responsáveis têm uma influência enorme e dizem por vezes coisas que podem ser consideradas controversas ou convidam ao debate e à discussão".
"Há certos casos onde é do interesse do público ter acesso a certos tweets, mesmo quando contrariam as nossas regras", argumentou a rede social.
Em alguns "casos muito raros", o Twitter colocará "um aviso, um ecrã sobre o qual será preciso clicar antes de ver o tweet, a fim de dar contexto e clareza".
Para além do aviso, o Twitter prevê oferecer menos visibilidade às publicações que violem as regras, tal como já acontece com conteúdos de caráter sensível.
A nova regra aplicar-se-á aos responsáveis governamentais, aos eleitos e aos candidatos a uma eleição ou a um cargo governamental que tenham mais de 100 mil seguidores, e será necessário que a conta esteja certificada pelo Twitter.
Estas medidas entrarão em vigor a partir desta quinta-feira, mas não a afetarão publicações anteriores, e são implementadas numa altura em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que poderá ser afetado pela medida, acusa a rede social de o censurar.
"Eles impedem as pessoas de me seguir no Twitter, e eu tenho muito mais dificuldades para passar a minha mensagem", disse o presidente norte-americano à televisão Fox Business.