O primeiro-ministro e líder do PS promete continuar a investir no serviço Nacional de Saúde (SNS) e também salvar a TAP. “Vamos continuar a reforçar o SNS”, prometeu António Costa no seu discurso de arranque do 23.º congresso do PS, que decorre este fim de semana em Portimão.
Num pavilhão que serviu de hospital de campanha até fevereiro, Costa fez questão de fazer um agradecimento a todos os profissionais de saúde e com isso levantou pela primeira vez os congressistas num aplauso. O agradecimento às Forças Armadas “pela sua capacidade logística, de comando e controlo” também foi bastante aplaudido, mas já sem pôr o congresso de pé.
“Não será quando a vacinação vencer a pandemia que vamos deixar de investir no SNS”, garantiu António Costa, que considera que o investimento feito antes da pandemia no SNS foi essencial para a resposta dada. Segundo primeiro-ministro, em “nenhum momento, nenhum profissional de saúde teve de ser sujeito à violência de escolher entre quem salvar e quem deixar morrer”.
Cinco lições a tirar da crise pandémica
Com um discurso estruturado em torno de cinco lições a tirar da crise pandémica, a primeira lição foi a importância do Estado social, no qual se inclui o SNS. E a segunda lição tirada por Costa é que “às crises responde-se com solidariedade e não com austeridade”. E mais promessas. “Iremos salvar a TAP porque é essencial para a nossa economia”, prometeu Costa, num momento em que já tinha o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, na mesa do congresso, onde fez questão de chegar depois do primeiro-ministro.
“Não vamos deixar as empresas morrer, nem os empregos desaparecer”, continuou António Costa, confiante numa trajetória de recuperação económica “que levará Portugal ao nível dos países mais desenvolvidos da União Europeia”.
A terceira lição a tirar é sobre a importância de boas contas públicas. O desempenho orçamental, com Portugal a atingir o superavit à beira da pandemia, permitiu que não fosse necessário andar a “fazer contas mesquinhas” no combate à Covid-19. Mas Costa salienta que é preciso continuar a ter como meta “finanças públicas sãs e segurança social cada vez mais sólida”.
“Os famosos mercados não têm medo das nossas políticas. Confiam no PS”, garante o primeiro-ministro que vê na importância da União Europeia a quarta lição a tirar.
A quinta lição é a necessidade de acelerar reformas. E aí o primeiro-ministro deu prioridade à “agenda para o trabalho digno” que o Governo tem vindo a debater na concertação social.
“Queremos emprego, emprego, emprego, mas é preciso dizer que queremos emprego com dignidade e salários decentes”, afirmou António Costa, que promete tratar a questão laboral do setor da cultura com a especificidade que ele exige, seja na doença, seja no desemprego, seja na reforma.
Reformas a acelerar
Nas reformas a acelerar, o líder socialista também enunciou a rede de cuidados continuados, o transporte público e as competências digitais porque “é preciso ir para o futuro sem deixar ninguém para trás”. Sobre regionalização, nem uma palavra.
Salientou que a prioridade dada à pandemia permitiu, ainda assim, manter atividade noutros setores governativos e lembrou que o governo aprovou uma estratégia nacional de combate à corrupção que já tem os principais diplomas em fase parlamentar. “Vamos continuar com toda a nossa energia a combater essa chaga que é a corrupção”, disse, salientando a seguir que Portugal é o quatro país mais seguro do mundo.
Alterações climáticas não foram esquecidas
Ainda antes de terminar, ainda fez referência ao combate às alterações climáticas, anunciando que Portugal vai chegar mais cedo do que o previsto à meta de 80% de eletricidade com base em fontes renováveis.
A concluir, o líder socialista deixou um forte apelo à mobilização do partido. “Agora cabe-nos fazer mais e melhor, ir mais longe, mais depressa, garantir o futuro pelo caminho certo”, afirmou Costa, que quer ver o PS a reforçar a sua prestação nas eleições autárquicas.
“Este não é o tempo de estarmos ausentes, este é o tempo de nos animarmos, de arregaçar as mangas e fazer o que falta fazer”, concluiu um António Costa notoriamente satisfeito, que parecia um maestro a dirigir a orquestra de aplausos de um congresso que o aclamou de pé.