O incêndio desta semana na fábrica da Sapec, em Setúbal, pode ter contaminado os sapais do rio Sado. A Polícia Marítima já recolheu amostras de água.
Em declarações à Renascença, o capitão do Porto de Setúbal, Nicolson Lavrador, explica que a Polícia Marítima está a acompanhar a situação, depois de dois proprietários de viveiros terem alertado para o perigo de contaminação.
“Neste momento, temos água que recolhemos do local, no sítio em que pelo percurso normal a água poderia atingir os sapais”, refere Nicolson Lavrador.
“Na altura, a protecção civil de Setúbal desenvolveu uma barreira, para que a água ficasse circunscrita na zona em que aconteceu o incêndio, mas alguma água acabou por passar”, adianta o capitão do Porto de Setúbal.
As amostras foram enviadas para a Agência Portuguesa do Ambiente, com o objectivo de verificar se a água dos sapais do Sado foi mesmo contaminada.
Na origem desta situação está a grande quantidade de água utilizada no combate ao incêndio nas instalações da fábrica da Sapec.
O fogo deflagrou na madrugada de terça-feira nos armazéns de enxofre e só foi considerado extinto na quinta-feira, pouco depois das 9h00.
Provocou ferimentos ligeiros em 20 pessoas, entre as quais 10 bombeiros e quatro crianças.
O incêndio causou uma nuvem de dióxido de enxofre que motivou um alerta à população da Direcção-Geral da Saúde, que aconselhou idosos e crianças a ficaram em casa e a evitarem exercícios ao ar livre.
A Câmara de Setúbal mandou encerrar na quinta-feira todas as escolas, de todos os graus de ensino, no concelho face às recomendações da Direcção-Geral da Saúde devido à poluição provocada pelo incêndio na Sapec.
A situação já se encontra normalizada na região de Setúbal.