O ministro da Administração Interna garante que nos próximos meses uma das principais preocupações do Governo, em matéria de prevenção e combate de incêndios florestais, será implementar medidas de autoproteção entre a população.
“Tivemos primeiro o tempo da sensibilização, o tempo da limpeza; vamos ter agora o trimestre de autoproteção. Estamos a fazer tudo para preparar, com meios reforçados mais do que nunca, [e ter] as condições para o melhor combate, quando for necessário”, disse Eduardo Cabrita, em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença.
Esta segunda-feira são apresentados os programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”. No âmbito destes programas, as aldeias vão ter um "oficial de segurança" para transmitir avisos à população, organizar evacuações e realizar ações de sensibilização sobre incêndios.
O “oficial de segurança” será alguém nomeado pela junta de freguesia ou pela população e é a grande novidade destes planos, desenvolvidos em parceria com as autarquias.
Vão ser também criados locais de abrigo antifogo, para onde as pessoas podem dirigir-se em caso de risco. “Esse local pode ser o pavilhão de uma escola, pode ser o salão da paróquia, pode ser o local de uma associação desportiva. Por outro lado, se for mesmo necessário abandonar a aldeia é necessário que todos saibam como fazer e a quem devem recorrer”, acrescenta Edurado Cabrita.
O objetivo de “Aldeia Segura” e do “Pessoas Seguras” é prevenir e diminuir os efeitos dos incêndios. Destinam-se a todo o país, mas têm como principal alvo os 189 municípios que possuem freguesias de risco.
“Estamos a falar fundamentalmente de organização de todos para a autoproteção e isso significa que nas seis mil aldeias, em mais de mil freguesias que estão identificadas como integrando áreas de maior risco, (…) vamos, por um lado em articulação com a junta de freguesia e com os municípios, divulgar informação sobre o que fazer na iminência de um incêndio florestal”, esclarece o ministro.
Em junho do ano passado, o incêndio que começou em Pedrógão Grande lavrou durante uma semana e provocou, pelo menos, 66 mortos e mais de 200 feridos. Em outubro, o fogo que consumiu floresta entre os dias 14 e 16 matou 48 pessoas.