O frei Remi Michel Marin Lamellet, frade residente em Friburgo, Suíça, e o frei Jean Baptiste Rendu, responsável da pastoral da juventude na província dominicana de França, acompanhado do frei Jesus Nguema, padre dominicano da Guiné Equatorial, residentes em Lyon, estão em Gouveia, para uma rápida visita de dois dias, onde avaliam aspetos práticos relacionados com a organização dos itinerários, das caminhadas, que preveem realizar em julho, quando pernoitarem alguns dias, antes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023).
Chegam à Serra da Estrela, em Gouveia, para se inteirar do ambiente que os espera em julho.
“Estamos felizes em descobrir este país, antes de ver o Papa, obrigada pelo seu acolhimento, estamos ansiosos por encontrar essas pessoas e orar juntos”, sorri o frei Remi Michel, ao utilizar no telemóvel o Google Tradutor.
“É magnífico descobrirmos um país autêntico, muito bem preservado, ainda vemos os mais velhos na agricultura, nas suas casas, a calma, é um verdadeiro paraíso”, descreve o frei Remi Michel Marin, 28 anos.
Pela primeira vez a visitar Portugal, o guineense Frei Jesus Nguema, de 30 anos, ficou encantado com os locais de contemplação que já descobriu em Gouveia. “É a primeira vez que visito Portugal, e a primeira impressão é que é um país incrível, lugares que convidam à contemplação e a rezar. Creio que os jovens em julho vão ficar encantados”, observa.
Aos 38 anos, o frei Jean Baptiste Rendu, responsável da Pastoral da Juventude na província dominicana de França, não esconde o entusiasmo. “A minha expectativa é conseguir conhecer a cultura portuguesa e os portugueses e conhecer as igrejas, e prepararmo-nos para irmos a Lisboa. É um evento importante, um investimento que exige muita preparação e muita logística”, realça.
É através da ajuda das aplicações de tradução que os três confrades dominicanos tentam entender o português e também com o apoio do Frei José Luís Monteiro, de 63 anos.
Natural de Gouveia, membro da província dominicana de França, garante que vão ser pelo menos 150 jovens com destino à cidade de Gouveia. “Eles resolveram participar e organizar as inscrições para trazerem um grupo de 150 jovens, três autocarros. Vão fazer etapas em Espanha, Salamanca e na região onde nasceu S. Domingos, e depois uma etapa aqui em Gouveia, antes de irem para Lisboa. Vai ser o Seminário em Gouveia, dos missionários de S. João Batista, que os vai acolher e albergar no último fim de semana de julho”, adianta.
“As jornadas não são só Lisboa”
Para já, estão previstos três autocarros com destino a Gouveia, o que na opinião do frei José Luís Monteiro, prova a dimensão da Jornada Mundial da Juventude, além de Lisboa.
“Não é só algo para Lisboa, porque as jornadas congregam etapas noutras regiões do país, para descobrirem a igreja local, os valores locais e esta etapa vai ser importante para estes jovens”, considera, enumerando alguns pontos de passagem já visitados.
“Ontem, fomos descobrir Linhares, Folgosinho, a Senhora de Assedasse, e querem lá fazer uma etapa, pudemos confraternizar com os pastores. É um local belíssimo que vai tocar o coração dos jovens”, adivinha o frei José Luís Monteiro.
E poderão ser ainda mais jovens, com destino a Gouveia, revela Jorge Ferreira, vice-presidente da Câmara Municipal de Gouveia. “As jornadas não são só Lisboa. E estamos na expectativa de receber mais jovens, nos chamados ‘Dias na Diocese’. A diocese da Guarda tem a expectativa de, na semana anterior às jornadas, receber cerca de 1.500 jovens e Gouveia também já foi contactada. É um número bastante apreciável. Sei que já estão em articulação com o Seminário de Gouveia e da parte do município manifestámos toda a disponibilidade para receber os jovens”, garante o autarca.
Sobre o número de jovens previstos em Gouveia, Jorge Ferreira sublinha que “podem ir até aos 200. O município disponibilizou-se para receber entre 70 a 100 jovens, nos ‘Dias da Diocese’. No seminário já não teremos mais capacidade, mas temos outras alternativas, não com tanta capacidade, mas temos. Estamos no verão, temos espaços onde podem acampar, a questão do custo é sempre ponderada e os jovens, o dinheiro não abunda e nós temos de colaborar”, afirma.
Além do alojamento e alimentação, o município de Gouveia está a preparar uma série de atividades que possam dinamizar a passagem por Gouveia.
“Temos estado em articulação com a comissão criada na diocese, nomeadamente com o padre Rafael Neves, no sentido de além do alojamento, e refeições, promover atividades, para que seja uma semana dinâmica, e que envolva vários concelhos, por exemplo Gouveia-Seia. Criar uma dinâmica para mostrar o que temos, a gastronomia, a paisagem, a riqueza arquitetónica e cultural”, conclui.
“Encanto e descoberta”, garante o município de Gouveia, para os cerca de 200 jovens que já têm bilhete de viagem com destino à cidade.