A antiga chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos, Maria Antónia Barbosa- que é agora chefe de gabinete do secretário de Estado das Infraestruturas- elogia o trabalho e a capacidade de trabalho do ex-adjunto de João Galamba, Frederico Pinheiro, enquanto assessor.
"Sempre tive uma opinião muito positiva do trabalho dele. Sempre foi um assessor muito eficiente, nunca se negou a fazer qualquer tarefa e muitas vezes tinha tarefas densas e complicadas por causa dos temas com que trabalhava em prazos muito curtos", esclarece a ex-chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos, na audição desta quarta-feira da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP (CPI), onde assegurou que Frederico Pinheiro "sempre foi muito tempestivo entregar as coisas que eram pedidas" e que por isso não tem "uma opinião nada negativa enquanto assessor".
Questionada pelo Bloco de Esquerda sobre se Frederico Pinheiro costumava ter uma atitude agressiva, Maria Antónia Barbosa rejeita: "Nunca tive o conhecimento direto de um conflito entre colegas. Nunca tive um reporte a esse nível em relação ao Doutor Frederico Pinheiro".
Indemnização a Alexandra Reis tinha "conforto político" do gabinete de Pedro Nuno Santos
A chefe de gabinete do ex-ministro Pedro Nuno Santos garantiu que não tinha informação sobre o respaldo jurídico para o valor da indemnização paga a Alexandra Reis quando deu “conforto político” à ex-presidente executiva da TAP.
“Nós não recebemos qualquer conclusão jurídica, nem nenhum enquadramento jurídico. […] Não havia uma conclusão jurídica, nós não tínhamos informação sobre o respaldo jurídico daquele valor [500.000 euros]”, afirmou Maria Antónia Araújo, na comissão de inquérito à TAP.
A atual chefe de gabinete do secretário de Estado das Infraestruturas, que trabalhou com o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, entre setembro de 2020 e janeiro de 2023, pediu aos deputados da comissão que revejam um anexo do relatório da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) que contém um email com informações do advogado César Sá Esteves, que negociou por parte da TAP a saída da ex-administradora Alexandra Reis.
Naquele email, explicou Maria Antónia Araújo, o advogado “diz especificamente que precisa de começar a redigir o clausulado do acordo”.
“O valor final nunca foi decidido pela tutela, o que foi dado à tutela [pela ex-presidente executiva, Christine Ourmières-Widener] foi uma recomendação [de valor de indemnização] e um pedido de conforto político adjacente, pelo facto de ser um valor muitíssimo expressivo”, salientou a chefe de gabinete.